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Luz azul

  Quando olhava o que ele fazia, ficava extasiada. Era capaz de fazer qualquer coisa andar, especialmente, quando manejava seu tempo. Era me...

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Tudo tem seu tempo

Quando menina eu sentia muita tristeza ao
constatar que minhas amigas tinham
namorado, e eu não tinha muita sorte
neste sentido.
Quase sempre sozinha, no máximo,
alguns ficantes aleatórios que
não gostavam de compromisso, por vezes,
vinham ao meu encontro.
Eu esperando mais para os dias
seguintes, e o que havia era
frustrações no lugar de novo
encontro.
Minhas esperanças iam e vinham, quase sempre
desgastadas pela falta de atenção e ou dedicação,
sei lá! falta de amor?
Não me considerava uma pessoa feia, um pouco
maltratada, talvez, mas acho que havia algum encanto,
 sempre há!
Imatura eu era, não sabia nada da vida, nenhum grande
experiência sobre rapazes. apenas curiosidade e prazer
nas descobertas.
Gostava das sensações que o outro emitia num
abraço caloroso, num beijo de amor.
Porém, nunca houve amor de fato, só
o desejo de dois em um.
Meus pais nunca me alertaram sobre os perigos que
poderiam cercar-nos numa certa idade, quando
os hormônios enlouquecem, fazendo-nos pipocar por dentro.
Os olhos clamam por beleza e paixão, o corpo fala,
a alma se enleva e alcança a plenitude de viver.
E o sofrimento se instala dentro da gente, quando a  nossa
vontade
não coincide com a vontade do outro.
Um só beijo nos faz sonhar com o futuro, com casamento,
filhos, família, mas a realidade sobressaí como alfinetes doloridos
cutucando o ego e ferindo nosso orgulho.
Pelo menos, foi assim comigo.
Eu desejava um amor para toda a vida, mas, o amor se recusava a
ficar. Visitava-me por alguns dias, e ia embora quando queria, deixando
minha alma arrasada e perplexa com tanta ingratidão.
Beijos e beijos foram desperdiçados no tempo, como
aguaceiro que passa e seca, sentimentos desejados e sentidos
se desfaziam como pó nas calçadas.
As madrugadas frias contavam as minhas dores, o dia parecia
zombar de mim, e os rapazes cada vez mais arredios jogavam
meus sonhos ao chão.
Até que desisti e preferi viver só,
Foi então, quando eu não mais procurava que aconteceu.
E andou de frente, protocolado e justificado, até hoje ainda me sonda,
me completa e me impede de querer mais.
Estou presa neste amor, pelo compromisso assumido,
pelo amor acontecido, pela soma, pela reciprocidade, pelo
que muito desejei e sem querer conquistei...

Hertinha Fischer






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