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Lá onde aconteceu

  Busquei em vão o que não achei, a maquina do tempo não funciona. Leva-me na alça de seu estalo Já foi, foi mesmo. Em que sala se entrega,...

terça-feira, 25 de julho de 2017

De marcha ré

Pois é, né?
quantas vezes é preciso
pensar para se chegar á uma conclusão
em meio a este sistema doido.
Andamos meio que em
estado de sonolência, só nos
damos conta quando a água já está quase
na garganta.
A nossa origem é nefasta, não porque
Deus nos fez assim, mas, pelos
tantos exagerados desejos que, no decorrer
da vida vamos criando e desenvolvendo.
Tudo pela necessidade de lugar, de estar, de
poder, enfim, viver sem que para isto,
nos sintamos anulados de alguma forma.
Mas quase sempre perdemos o lugar.
Correndo atrás de dinheiro, de posição,
deixamos de ver o que veríamos se fossemos
mais devagar
Eu tive experiências más e não culpo ninguém
por isto. Tive o desprazer de querer algo
e com sede fui ao poço, para depois afogar-me
em tristeza por não ser exatamente o que queria. E
quantas vezes, eu quis algo que não era para ser
meu, e lutei comigo mesma para conseguir
e fiquei chupando o dedo.
Compreendi então, como falo na maioria
dos meus textos: á saber bem qual é o meu lugar.
Hoje, pelos muitos tropeços, aprendi a levantar, e mesmo que
erre, porque, enquanto viva, estou propensa ao erro,
de maneira alguma, fico a derrapar como automóvel
atolado, tento me corrigir através do bom senso. Não
quero nada que não venha para instruir-me.
Os anos passam, eu envelheço, é a ordem natural
das coisas temporais, então, fico a honrar os
dias em que ainda consigo me levantar e realizar.
Seja na ceifa, na poda, ou ainda na colheita.
Não fico a chorar pelos cantos, por nada, não
me condoo comigo, não sinto pena de mim.
Estou segura, tenho e sou o que desejo, porque não desejo nada
que não seja o que a vida me dá, ou tira.
Não vivo louca por amor, embora goste de amar, não cobro
de ninguém o que elas não podem me oferecer, também não ofereço
nada que não vive em mim.
Acredito que devemos ser bons, não porque a religião
nos ensina, mas, porque acredita-se ser boa por um algo maior.
O barro é feito de terra, a terra é feita de varias camadas
de materiais diferentes como: (areia grossa, areia fina, pedras etc),
embora se conheça só por seu nome de origem.
Nós somos constituídos de tantas matérias, no entanto, acredito
sejamos mais que apenas passageiros do nada, mais que apenas corpo que morre.
Se acreditamos que a vida é o que veio para ser, e que cada um vive
para determinado fim, que a morte é uma forma de pagar uma divida,
quem ainda em sã consciência, pensa ser isto ruim?
Eu vim sem pedir, eu vou sem querer, mas não estou livre, de forma alguma
de ter que me separar desta imagem que me acompanha.
Um rosto apenas, entre multidões, sou o que acontece, neste lugar
que ocupo, neste lugar que desconheço, por assim dizer, ainda
não sei bem qual é o meu papel. se apenas existir e morrer, ou morrer
e existir.
Não consigo imaginar o que serei: se algo infinito e milagroso, ou se
algo insignificante que apenas passa.
Se acredito ser algo que ainda padeço, então creio que serei algo
indefinido: como algo que desejo e não consigo ser.
Pois, mais faço o que não quero.
E continuo fiel neste propósito não criado por mim,
sem a liberdade que desejo, afiliada na consciência
alheia, e moldada no padrão pré-determinado
aos mortais.
Porque é isto que conheço, desta forma fui criada, e desta forma
me obrigam a ser.
E é o que sou, ainda voltada no arcaico sistema
de quem ainda precisa vencer, para chegar ao fim como
quem nunca teve nada, como
quem nunca nada esperou, á não ser ver morto todos
os ideais pelo qual lutou. Isto não é vencer, isto é brigar por nada!

Hertinha (Herta Fischer)









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