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Lá onde aconteceu

  Busquei em vão o que não achei, a maquina do tempo não funciona. Leva-me na alça de seu estalo Já foi, foi mesmo. Em que sala se entrega,...

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

A corda se rompendo

Quem poderá me dizer o que será amanhã, tudo é uma ilusão, uma incógnita, uma letra de música ainda não terminada, um rascunho que ainda não foi publicado.
Sobre um sol primaveril, onde as flores ainda estão pra se formar, se não se formam caem no esquecimento, e muitas vezes se formam em campos tão longínquos sem ter ninguém para apreciar sua beleza.
Assim é o amanhã, um dia pra ser descoberto, um dia tão incerto quanto a quantidade de dias em que vou viver.
Sento em frente de mim mesma com as mãos na cabeça, um peso enorme dentro de uma tristeza inóspita, coração desvairado, sangrando dentro de um saco, machucado, entristecido, moído, sem noção do que será?
E o que será, serei caçado, abençoado, poderei ter certeza de ver o sol nascer, ou o meu som se calará, e minha boca se fechará para sempre?
Do hoje, até agora é o que conheço, no barulho do trovão que anuncia uma chuva torrencial, da calmaria de uma dor que principia dentro dessa dúvida que me abala.
Haverá por acaso um amanhã?
Meu corpo em tremedeira diz que não, quando olho o que vejo em derredor e penso que em breve não mais verei nada, a não ser a nuvem que insiste em descer e escurecer esses olhos que a terra há de comer.
Um suspiro sai da alma e uma doce calma entra em ação, um segundo se passa, ouço vozes que parecem vir de longe, ou de muito perto eu não sei, será hoje o meu fim?
As pessoas continuarão sem mim, cairei no esquecimento, antes mesmo que o sol se ponha outra vez dentro dessa ilusão que a vida tem?
Sinto que as forças me abandonam, e o sono dos justos vem me socorrer, fecho os olhos, mas a mente não quer obedecer, não desliga, nem mesmo no esforço derradeiro de quem pede por descanso. Desalentado, machucado, tanto fiz e tanto tenho que deixar...se realmente não houver um amanhã pra me abraçar!
 

Autora: Herta Fischer

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