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Puro e inocente

  Era uma casinha pobre, cheia de cristais por dentro, nada feito com as mãos Riqueza de sentimento. Ouro estava na água Diamante no chiquei...

segunda-feira, 19 de agosto de 2024

Terra que ninguém pisa

 Estou sempre pensando no outro.

Eu que não sou você,
você que não sou eu.
Como será que sente, como vê as coisas sem

os meus olhos?
Qual a sua sensação quando ri.. ou chora.
O quão se alegra, ou o quanto se entristece?
Como se relaciona com seu mundo,
o qual pertenço e não vejo.
Que história há em suas raízes. O quanto cresceu
ou conquistou?
O que faz na quietude?
Como lida com suas emoções?
Não me conta, nem se abre,
Assim, como eu, vive, sonha, dedica-se,
mas não consigo, sequer imaginar
como?
Há um corpo (diferente) e muito parecido,
carregando nas costas, as ondas do viver,
como um sopro que desmantela a alma.
Uma alma que permanece, padece e
não se separa daquele que o usa para rodopiar.
Carrega a graça nas mãos, usadas
para sua navegação substancial.
Encarrega-se de aprender por insistir,
Deixando marcas nas árvores do tempo,
para não se perder.
Serve ao modelo de subsistir, semeia e colhe,
as vezes, sem proveito.
Convive bem, por algum tempo,
para depois, silenciar seus passos,
entrando no mais profundo da solidão.
Quando a porta se abre, na derradeira
penumbra, o descanso o faz deitar.
Não, sem antes, lhe preparar o caminho,
que cansou de procurar.
Só então compreende o quanto somos iguais.
Hertinha Fischer


Hertinha Fischer.

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