Total de visualizações de página

laços internos

 Me encontrei com o mundo das letras quando o meu mundo se reduzia a nada. Fui muito maltratada pelas circunstâncias que não gostava de silê...

sábado, 20 de novembro de 2021

Poeira negra

 O problema é a cidade,

o asfalto nada oferece,
nada nasce, nada... só os
carros se fiam entre os fios
e poeira negra.
Quanto mais cresce a cidade, mais suja
se mostra, mais pulmão se busca.
Nem a invernada onde o gado pisoteia, se torna
mais nocivo que a cidade.
Se constrói de tudo, menos esperança verde;
Argamassa e concreto se dão as mãos, mas não se come tijolos.
Gente que anda de lá para cá, gira gira e não sai do lugar, olhos vazios de beleza, mente vazia de lições.
Frutos disputados, nas beiradas que só comem pó de petróleo, gente a procura de restos, dos restos que ninguém mais quer.
Barulho de motos e carros, de gente barulhenta e ranzinza, de credos que não se pleiteia.
Minha roça era mais viçosa, nela se via de tudo, menos fome de alegria. Colhia do melhor fruto, nada faltava por lá. Hoje até la se passa fome, porque o homem trocou o prazer de plantar pelo prazer de só comer.
Hertinha Fischer

Nenhum comentário:

Postar um comentário