E sozinha no meio de tudo, e tudo meio que vazio.
Cebolas e terra entre milharais, mangas maduras entre quintais.
Inspiração vem de canções alheias, mais que ouvido de letras.
A solidão é solicitude de poesia, prosa entre órgãos, conversa
entre rins e figados.
Um despreparo para uma fuga, uma fuga a se desenvolver, ludibriada pelo tempo escasso.
A ruína faz bem aos olhos, quando dentro dela já não se vê mais ninguém, mesmo sabendo que o ninguém já foi alguém.
A lua balança no espaço, a prata carrega nos braços, e no peito,
da rima é só cansaço.
A plantinha viçosa na praça, outra espremida na guia, o cão latindo lá dentro e o gato no telhado mia. É assim, como não quer nada, o poeta se inicia...
Hertinha Fischer
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