Quem tivesse a coragem de ir sem temer
ao encontro doutro tempo.
Quem, realmente, tivesse a coragem de ser mar ao
invés de lugar,
de ser tempo ao invés de limitar
Quem amasse de tal maneira que não precisasse
ser pedinte, antes de falar, ser ouvinte.
Ser mais do que pede, ar limpo que se aspira.
Quem tivesse um coração de carne em lugar, de apenas, algo
que bate, compreensão-dignidade de estação.
Quem pudesse ser pingos de orvalho ao amanhecer, escancarando
o amor de Deus em si.
Quem pudesse, a tal ponto, frutificar sem mendigar flores alheias ,
sendo e realizando, em seus favos, o mel.
Mas, quem?
Mas, quando?
Hertinha Fischer
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