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Ciranda noturna

  E as formosas tardes, roubando o encanto da manhã, A sorrir sol entre as árvores Meu recanto, colorindo a relva com giz amarelo. E a luz s...

domingo, 23 de agosto de 2015

Será que tudo depende de nós?

Mesmo quando ainda não conhecia bem a estrada,
mesmo assim, eu caminhava.
Meu pai, nem sempre me levava nas costas, as vezes, ele
fazia com que usasse minhas pernas, talvez, pela
necessidade de vê-las fortes.
Tive, desde muito cedo, que encarar meus medos, e
na insignificância do eu, tive que me encarar.
Dizem que somos o reflexo da nossa família ou
a soma do que enfrentamos na vida, mas, eu,
as vezes, discordo, porque sempre encontramos
uma maneira de adaptação em meio a reveses.
Ninguém em sã consciência se transforma em
 tempestades, sabendo o quão difícil é encará-la.
Tenho mania de acreditar que, o que é bom já nasce feito,
e o que é mau também.
Somos exatamente como deveríamos ser, cada um
segundo a própria natureza desenha.
Buscamos, sim, uma melhora em nossa conduta, tão logo,
possamos entender onde colocamos os pés, por que
se colocarmos o pé em qualquer buraco, por certo,
sairemos machucados.
Confiantes de que, tudo depende da gente, então, a gente
se molda com um certo sacrifício, só pela intenção
de que, tudo transcorra da melhor forma possível.
Quando amamos, não amamos pela solicitude do
amor, mas pela necessidade de sermos amado, uma troca, apenas.
Nada fazemos para o outro, nem para Deus, fazemos pensando
em benefícios próprios, com a mania de pensarmos somente
em nós.
Na dor da perda, pensamos logo em vida após morte, quando o
ente querido ainda permanece ao nosso lado, brigando com o
mal para que este não nos afete.
E ao pensar em Deus, logo vem a ideia de que, estamos
livres de qualquer perigo, que as bençãos serão dinheiro, prosperidade
e felicidade absoluta.
Na verdade somos apenas a nossa própria face refletida no
espelho da vida, onde o outro passa a ser o reflexo de nós mesmos.
Os que nos convém, passam a ser bençãos, e o que não nos convém,
são considerados castigo, embora as conveniências estejam sempre
em conflito com a nossa própria maneira de ser.
Nunca nos damos por completo, só por medo de não recebermos nada
de volta, queremos moldar tudo segundo o que sonhamos, e nunca
o contrário.
Faça pra mim, que receberá o melhor de mim, porém, se pisar
na bola há de conhecer o meu lado mau.
Agindo assim , a tão sonhada felicidade passa a ser apenas um sonho, porque
seremos felizes apenas quando estamos recebendo. ao apenas nos doarmos
sem recebermos nada em troca torna-se o maior sofrimento,
como se pudéssemos nos colocar no lugar do fruto que apanhamos,
Tudo nos é dado de graça, a vida, o prazer, a conquista, as regras, a família,
os filhos, mas nós insistimos em controlar tudo isso, só
porque nos julgamos capazes.

(Hertinha)







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