Tem um cansaço aqui dentro, daqueles que nem se sabe de onde vem.
Algo como carregar peso invisível nas costas, nas pernas, na vida.Será o peso do tempo, ou o peso da experiência?
Vivemos mais cansados do que antes - falta de conversas animadas, ou falta de animação do viver.
Tudo nos parece mais triste, Nem mesmo as árvores frutíferas estão a produzir com alegria.
Os cães que saiam para caçar, correndo e farejando, latindo de tanta alegria, apenas rosnam a beira de suas cadeias ideológicas. Homens que andavam pelas ruas, aspirando o ar fresco pela manhã, ficam por horas enlatados no transito.
No trabalho, ao invés de ativar o cérebro, ativam a mecânica - São controlados pela máquina.
Esse cansaço acaba contaminando rios, gente, mata, vidas.
Os olhares, antes tão cheios de ternura, claramente, anuviados por um véu de subtração.
Ouro de tolo a submergir da esperança.
Por onde for é pichação - Prédios, escola, ruas, gente.
O mundo se tornou um buraco negro, vai engolindo tudo. Ainda se produz, mas, a produção foi alterada, Já não é o que foi.
Até o simples se complicou.
Mercado de almas adotando povo.
Povo se consumindo a procura de algum prazer.
A luxuria a competir com a vida, o dinheiro comprando os miseráveis ricos, e os opulentos pobres a desejar o chão.
Hertinha Fischer.
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