Talvez, se eu me levantasse em favor do visível, do objeto de paixão, da ciranda dos que botam confiança em mortos, dos sofredores alienados que se embotam ainda mais não querendo aceitar misericórdias. que gostam de se abater, para se dizer dele, que se importa, que é fiel. Se eu me entregasse mais ao passageiro, e gritasse como todos gritam em vão, sem ganho, nem perdas, pelo simples fato de querer de, alguma forma, fugir de sua realidade.
Talvez pudessem me ver de outra maneira, conseguissem sentir o que sinto, não me taxassem de fria, não me questionassem tanto sobre a que espero, a que se vê a minha esperança. No não me entregar tanto as grandes comoções, no entender que tudo passa, no confiar que depois de amanhã, talvez, nada me restará a não ser olhos fechados, coração parado e nenhuma, nenhuma lembrança ou emoção.
Herta Fischer
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