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Ciranda noturna

  E as formosas tardes, roubando o encanto da manhã, A sorrir sol entre as árvores Meu recanto, colorindo a relva com giz amarelo. E a luz s...

sábado, 10 de dezembro de 2016

O encontro

Eu amo andar por ai, pela
vida fora como alguém
que simplesmente vive
Queria aproveitar meu tempo
fazendo algo que gosto,
sem me preocupar com
o que pensam de mim.
As vezes, eu penso em mudar,
em não sentir tanto esse desamparo
mundano. Querendo mesmo estar
entre as estrelinhas no céu.
Mas, por mais que queira criar asas
e voar, meus pés se recusam a sair
da terra.
Se ainda sou terrena, eu só posso
almejar o céu, mas, estar nele, ainda
só faz parte de um plano longínquo,
Em sonho, eu posso tirar os meus pés do chão,
iniciar um voo imaginário, mas, ao acordar,
estou de volta, agarrada a minha cama
que insiste em obedecer a lei da gravidade.
Deus nos deixou uma mensagem de fé, dizendo:
_ Se tiver uma fé do tamanho de uma mostarda,
se pedir a montanha que saia do seu lugar, ela sairá!
Então, te peço perdão, porque embora pense
que minha fé é grande, ela não passa de
exiguidade.
A única forma de constatar que creio, é saber
que um dia eu me despedirei deste chão, como
alguém que sentirá saudade, mas, nem mesmo a
saudade me fará pensar nela novamente.
Tudo morre quando morro, sentimento nunca
mais terei.
Assim como alguns pensadores acreditam que
em um outro plano teremos
um encontro com os que foram,
e eles dirigirão a nossa alma para algum
lugar, a fim de tornar menos dolorida a
nossa passagem. Assim eu não creio.
Eu creio que dormirei como quem
descansa a noite, sem memoria, nem
sonhos. e que, em algum momento, não
tão distante, pois, quem dorme não tem
noção de tempo, assim também despertarei.
Entre uma paisagem jamais vista, num corpo
glorificado que nada tem a ver com este que
carrego, cercado de dores e aflições. Mas, um corpo
incorruptível, livre de qualquer resquícios
de ilusões no paraíso de Adão, quando Deus
me visitará como amigo e me dirá: Vencestes
meu filho! vencestes como o melhor pelotão
que destinei. Guerreastes com sabedoria
ante as ilusões dos homens, não comestes
o que te preparavam, passastes fome de pão,
mas nunca fome de bem.
E, assim, como algo que ainda não vimos, nem
apreciamos, o lagar do amor se abrirá, e eu estarei
com os milhares de irmão, a saudar a vida, a vida
eterna, com aquela felicidade que sempre procuramos,
e que, por sermos ainda crianças não conseguimos
alcançar...
Herta Fischer



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