Ainda estou á desvendar esse labirinto de tijolos e telhas, onde minha
alma se esconde num corpo já carregado de lutas e labutas.
Ainda quero andar, ainda quero voar mais um pouco na
ponta dos pés.
Como quem, parado, translada por dentro.
A ultima gota não secou, transborda sereno.
Não quero coisas, quero para além delas,
as estrelas não se apagaram. Há um céu
de encantos e de desencantos nos cantos.
Uma porta pequena ainda se abre, e uma
certa suavidade para além das cortinas das
janelas, voltadas para tempos e contratempos.
Se tivesse o poder de voltar, mudaria algo? talvez!
Esse gosto que ainda provo em rostos que nem
mais vejo, Onde estariam agora, se ainda estivessem?
Há um desejo que ainda perdura, uma abertura entre
a mente e o coração, que ainda guarda o que o tempo escondeu.
O "meu tempo" se passou entre as urtigas, temperadas com sal,
quando meus passos soaram, absorvendo as gotículas suaves
da vida.
Sempre havia sorrisos na boca da noite e suavidade nos olhos do sol.
Hertinha Fischer.
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