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 Me encontrei com o mundo das letras quando o meu mundo se reduzia a nada. Fui muito maltratada pelas circunstâncias que não gostava de silê...

segunda-feira, 20 de março de 2023

lembrança criança

Era só uma estradinha, desenhada, que se perdia na curva. 

Um ouriçar de paixão a cada passo a pôr-se em contato.

Não havia nada além daquele pedacinho de terra nivelado, entre os graciosos roçados que emergiam as beiras. Um flutuar no futuro, ainda criança em seu desvendar.

Plantado em um terreno gigante, uma pequena casinha se erguia.

Havia algo que preenchia, não só o lugar, mas, também, alguns olhares curiosos que sobejavam esperança. Entre um verão e outro, as coisas aconteciam: Um verdejar aqui, um azular ali.

Lá cresciam-se crianças.

Dias prestimosos nasciam e morriam.

Entre as folhas volumosas, o sol dançava sem parar, lançando suas cores por sobre o jardim. De quando em quando, dormia, para dar um sossego ao dia. E o céu recebia sua luz, um tanto mais distante, mas, trazia magia no olhar,

Despertava os que dependiam da escuridão, trazendo canções de grilos e coaxar dos sapos, como bonitas cantigas de ninar.

Parecia que o mundo acabava nas curvas.

As distantes paisagens só eram fitas a enfeitar um grande corpo terrestre.

A vida no pequeno circulo, se agrupavam, como células de um só componente. A casinha, o chiqueiro, o mata burro, o pasto, os jardins e as estradas. Tudo parte de um sistema - o nosso! Quando avançávamos sobre a mata, entre rios e vegetações, tudo parecia fazer parte, agrupados no mesmo amor do criar.

Os passos que iam e vinham, os sorrisos na quietude, a alma que a terra despia, o corpo que as árvores mostravam.

Sem a consciência para molestar, sem a amargura para destruir, sem muitos anos para corromper. Tudo era céu e Deus!

Um manto suave nos cobria de azul, um sopro divino nos enchia de paz. Lá onde poucos andavam, estávamos repletos de afagos. A força era a fé!

Meu lugar, meu mago. Ensinando paciência com simplicidade, nos movendo para crescer e aprender. Coisas que nem sabíamos, sabíamos! Como a semente rasgava a terra sem sofrer.

Hertinha Fischer











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