Sai dezembro,
vai embora.
Não se sabe para onde.
Não se sabe para onde.
Chega janeiro, puxa fevereiro,
que também há de ir.
E eu, aqui, á sucumbir, como
gelo derretendo.
Esperando o porvir.
Esperando o porvir.
Alegria transitória, á esperar pela vitória.
prêmios enfeitando paredes de
lembranças.
Enquanto, ainda, desejo mais.
Enquanto, ainda, desejo mais.
Falta coragem para
entender as miragens
dos sentimentos, que, em contratempo,
é apenas passagem, que do outro lado sai.
Não sou como passarinho, que enfeita
seu ninho, para depois o abandonar.
Sou como a gaivota teimosa, á fugir
de temporais, pelo céu sai á vagar.
até encontrar seu lugar.
Horas a fio meditando, sustentado
por um só pé.
Olhos aguçados, bicos atentos, de
soslaio, exercita fé.
Penso em recomeço, quando o meio
é só fim. Nem mesmo sou, merecedora de mim.
Hertinha Fischer
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