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Lá onde aconteceu

  Busquei em vão o que não achei, a maquina do tempo não funciona. Leva-me na alça de seu estalo Já foi, foi mesmo. Em que sala se entrega,...

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Espaço apertado

Quem disse que numa cidade grande os homens estão mais próximos.
Numa cidade, seja ela pequena ou grande não existem proximidades, e sim, competições apenas.
Nem entre os pássaros existem alguma alegria, o seu canto é trite, cantam por tédio.
Sem plantas não há sementinhas, sem sementinhas não há o que comer, então dependem dos restos da comida dos homens.
E os homens , por sua vez, descartam as sobras, mas com as sobras que os pássaros comem, vem muito lixo, e esse lixo vai parar na boca de  lobo, e os lobos saturados vomitam, e esses vômitos trazem com eles vários tipos de doenças que escorrem pelas ruas contaminando os homens, seus pássaros e todos os seus animais.
E as pessoas andam com medo,  medo do transito, medo dos preços, medo dos animais, dos racionais e dos irracionais, medo de tudo. E então se fecham, cada um dentro das suas casas e muitas vezes, dentro de si mesmas, e já não há muitas vozes a não ser de lamentos e tristezas.
Toda essa luxuria das grandes e pequenas cidades só trazem mais misérias, mais desgostos, mais dividas, mais mosquitos, menos sono, e por sua vez, mais doenças.
Grandes torres imponentes, mandando as mensagens inúteis dos homens que não sabem nem o que fazer com a própria vida, mas com um aparelho na mão sentem-se mais importantes, mesmo que seja só para o transportar, ou  apenas por se fazer ouvir: -Olha eu estou aqui?
Não existe beleza, não tem mais espaços para grandes árvores, nem para pequenas, nem pra homens, o mundo está superlotado, e esta superlotação deixa os homens meios doidos, na correria das ruas, na correria pelo dinheiro, na correria do mundo.
Então nas rodovias se constroem os pedágios, pois onde há gente, escorre dinheiro e não tem lugar melhor para os coletar, onde ha muita passagem de gente, e o povo sem mais dinheiro ficam sem opções.
Então procuram os shoppings , que também superlotam, pois, as lojas e os departamentos colocam muitos atrativos, enlaçando os já enlaçados, e o que era para ser um dia de descanso e de lazer, transformam-se em mais dividas, e consequentemente mais motivos para se correr.
Então se multiplicam as doenças, e o povo precisa de hospitais, mas os hospitais já em decadência já não suporta a demanda, e os corredores são as provas de que o mundo e suas doidices já não estão mais se suportando, pois o dinheiro vai e o povo fica a mercê de sua própria sorte.
Os homens de bem encurralados e os homens maus em desvarios se socorrem entre si.
E o que tem vive mais, e o que não tem espera em Deus, e o socorro que espera, tarda tanto que a única forma de existir é a esperança, a única amiga nas horas das angustias.
E o circo pega fogo,  e a fumaça só sufoca, e o refrigério não vem, e os homens morrem em sua s ilusões....

Autora: Herta Fischer                     direitos autorais reservados.











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