Há lembranças que nunca se apagam,
como os luares de outros tempos
e lugares.
Havia uma criança e a criança era eu,
um mundão á minha espreita, e o
pouco que sabia.
Mesmo sem ver, eu ouvia.
Pela manhã, o cheiro de café me chegava
aos ouvidos.
E me contava que era dia.
As comédias dos grandes pássaros,
que começava ao sol nascer,
tentando ganhar dos pequenos,
que os punha á correr.
Da grandeza da Tereza,
que o dia dava leveza
ouvia o seu cantar:
Essa vida é uma beleza.
Essa saudade que solta corre,
esfola a alma e nunca morre
Se fecha uma estrada,
logo outra socorre.
Hertinha Fischer
Nenhum comentário:
Postar um comentário