Eu aprendia matemática contando as pedrinhas na estrada.
É claro que sempre acabava perdendo as contas, mas,
me divertia muito, enquanto, andava solitária, a caminho da escola.
Também foi assim que aprendi a sonhar.
Olhava com entusiasmo as borboletas que me cercavam, elas
coloriam minha história de momento.
As curvas, as retas, os círculos, as entradas, as saídas, a roça!
Ao adentrar a sala de aula, meus dedinhos seguravam o lápis
com tanta força, quanto a força que existia em minha imaginação
Desenhos, a princípio, tão desengonçado, iam desenvolvendo
músculos e ideais.
A escola tinha cheiro de sabedoria, não a sabedoria de se saber tudo, mas,
á de poder, enfim, descobrir.
A partitura das letras, que, procurava desvendar nas tabuletas espalhadas pelas estradas,
das quais pareciam querer me dizer algo muito importante, e que sempre me deixavam intrigada,
por não saber corresponder.
Aquele emaranhado de vogais e consoantes, que acompanhavam figuras, á tentar falar comigo, sem, no entanto, compreender.
A escola.. ah, a escola! que preciosa semente despertava em mim.
Ia muito além da estradinha, muito além de tudo que me rodeava, seria ela que me daria mais condições de saber um pouco mais sobre tudo.
As voltas do a, o laços do e, os pingos do i, o olho do o, as curvas do u. Tão difícil de desenhar, e tão fácil de amar.
Jamais pensaria que, um dia, pudesse fazer poesia com ela, e fiz!
Hertinha Fischer
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