Ainda que amanhã seja apenas,
apenas penas a voar
Sei ter chegado lá
Neste acaso que as horas me chegam,
aos olhos de relógio que recebo
Um arco que se demora,
um ponto que não me atrevo
De lá que ainda venho,
pra lá que sequer andei
Depressa me absorveu
os sonhos que sequer sonhei.
Foi-se um a um, em dia ainda claro
Como terra que virou barro
Os amores que dediquei,
nos afetos que mendiguei.
Sou como onda de calor
que frente fria abordou
Nuvens negras enfrentou
chuva forte me lavou,
em pedra de gelo, transformou
Ainda cega eu vejo
Com pouca luz, ilumino
Se pouco transmiti,
esse era meu destino.
Hertinha Fischer
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