Um dia de margarida
Um dia de pele verde, vestida
de vestido branco,
a brincar com o verso cor de rosa,
Suspenso no denso roxo do lírio
azul.
Entre as, rimas da ramadas, dos cipós
siameses, a balançar ao vento.
Arrancando suspiros do invejado
barranco que despencava sobre o
peito dos juncos.
Enlameado de sapos e rãs,
a coaxar lua e horizonte.
Onde tudo se revelava, as escuras, na dança
do apagão.
Furtivamente, se via a água, a relampejar,
no estrondoso vale, repleto de vulcões
espelhados.
Seria eu a margarida, já nem tão branca,
com os miolos amarelados de tanto
usar as pétalas da esperança
para vencer a retomada do lugar,
ou já relaxada, pronta para se erguer
sobre o chão que já sumia.
Água suja, água suja, se não limpa, "caramuja"
Lá se foi o ribeirão em fuga, derrubando
o barracão sobre a margem, adentrando
o limite que a terra ostentava.
Com seu bocão esfomeado,
cada vez mais aberto,
engolindo a vegetação
que não sabia correr.
O silêncio, enfim, venceu.
Já não se ouvia o clamor das corredeiras,
nem as canções das espumas entre as pedras,
Tudo se resumiu em lama e porcos.
Num fuça a fuça de fim.
"Este é o destino de todo aquele que se esquece de Deus; assim perece a esperança do ímpio"
Hertinha Fischer.
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