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Obscuro arrasto

 O já seco, leito do lago, ruínas nas bordas de barro Águas que esqueceram caminho Lírios que é só espinho. Nada, sonhei e os dias se passar...

segunda-feira, 23 de setembro de 2024

Labirintos

 Ainda restam os anos,

que se demoram em mim

Ainda resta uma rosa

no campo desse jardim

Que a vida se estenda no hoje

demore-se  no amanhã

Me hospede nessa jornada

E no futuro seja  anfitriã

Que o fim não me espreite

antes de chegar a hora

Quando for dia certo

É certo que vou embora

O caminho se abriu por inteiro

Empedrados e escurecidos

Como lanças que são lançadas

nos afetos esquecidos

Que branca pombinha se busca

Com lacinhos sobre os pés

Trazendo de longe a mensagem

De arcas e seus Noés.

O tempo ofuscou o caminho

Labirintou as pegadas

Já não se vê retidão

Nas curvas e encruzilhadas

Quem sabe ainda eu chego

Onde se abre o começo

Me esqueça dessas agruras

Da vida que ainda padeço.


Hertinha Fischer





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