Ainda restam os anos,
que se demoram em mim
Ainda resta uma rosa
no campo desse jardim
Que a vida se estenda no hoje
demore-se no amanhã
Me hospede nessa jornada
E no futuro seja anfitriã
Que o fim não me espreite
antes de chegar a hora
Quando for dia certo
É certo que vou embora
O caminho se abriu por inteiro
Empedrados e escurecidos
Como lanças que são lançadas
nos afetos esquecidos
Que branca pombinha se busca
Com lacinhos sobre os pés
Trazendo de longe a mensagem
De arcas e seus Noés.
O tempo ofuscou o caminho
Labirintou as pegadas
Já não se vê retidão
Nas curvas e encruzilhadas
Quem sabe ainda eu chego
Onde se abre o começo
Me esqueça dessas agruras
Da vida que ainda padeço.
Hertinha Fischer
Nenhum comentário:
Postar um comentário