Aquele olhar de pidão, centrado nos desejos
loucos de vitória,
enquanto gastava seu tempo a toa, vibrava sobre ele a força do nada,
Mas, queria, muito mais que qualquer coisa, um
pouco de força nas mãos.
Não que não tivesse, mas, que o cérebro lhe
satisfazia no sono.
A pobreza já batia no pescoço, como
quem se afogasse no
pouco ar do navio que se afundava na preguiça.
Um pouco para dormir e outro pouco
para espreguiçar. O teto quase caindo sobre a cabeça.
Já fora embora a esperança, a saúde também fazia as malas
Seu jardim, já desprovido de flores, agonizava entre as urtigas.
Sempre quisera tudo pronto, nunca se levantava para as obras,
a menos que não deixassem nada para comer em seu portão.
Mas, até isso ficou escasso de um dia para o outro.
Parecia que a caridade tinha secado também.
Reunindo um pouco da sanidade que ainda restava
resolveu mudar de vida. Passou a buscar emprego.
No inicio foi devastador, tudo parecia custoso demais,
até que, seu espirito despertou, através de muito esforço.
Foi como se frequentasse uma academia. Acabou virando um hábito.
E como todo ser que se preze, a alegria de se doar a algo, fez nele a sua cama.
Consequentemente, descobriu que a pobreza foge, quando encontra
um trabalhador, mesmo que tardiamente.
Hertinha Fischer
Nenhum comentário:
Postar um comentário