Poesia também cabe dentro da desesperança.
Desde a chegada, já estive de malas prontas para voltar.
Voltar sem ter ido, sonhos
A primazia fez parte, fui o primeiro em tudo,
até perceber que não era o único bobo da corte.
Fiz rir, rir de mim, as vezes, pelas costas.
Piada pronta.
Hoje me envergonho um pouco, por ter me deixado levar.
E os rios corriam em mim, entre pedras lavadas
Ouvia-se por dentro, cordas arrebentadas, sons de pingos no telhado.
Não houve tempo, córregos se abriam.
Um medo de seguir me impulsionava, o ir era o obstáculo.
Cheguei onde muitos chegaram. ou cheguei onde muitos desistiram
Falhei na revoada, bati com as asas no ar, e me refiz, quando alcancei o chão.
O limite me eliminou.
Como uma arca perdida entre areias, ventania seria salvação,
Voltei-me com idade mais avançada
e descobri a felicidade, dentro de uma bacia de mel
Me dei ao clima, ao ânimo das estações me refiz. Aqui e agora me reconheci!
Hertinha Fischer.
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