Dentro dessa caixa cerebral que nada define,
entre massa encefálica e descrédito, onde
se cria, em revelia, o inexistente descabido da ilusão.
Vaga e viaja entre as frondosas ondas do sonho que nunca houve
na real compreensão do viver.
Desfaz-se da verdade absoluta, entre a mentira de um poder abstrato,
descorrente e inativo de um ser que se consome nele mesmo,
como uma musica que, de repente, se é lembrada, sem, no entanto, fazer sentido.
Vejo, em cada passo, uma corrente, que se alinha nos tornozelos, enlaçando o encalço,
derrubando o andar.
Como flertar com o vazio?
Sentindo fome de mim, sem saber, se, do que sou, sobra algo no final.
Já conheci solidão, fiz amizade com o silêncio e amei as silenciosas frentes frias que assolavam as folhas mortas que agonizavam abaixo dos meus pés.
Caídas e desmoralizadas, se amontoavam entre organismos invisíveis que as desejavam, infantilizando
velhos costumes de ouvir vozes sem som.
Doído senso de coitado, sendo e sentindo-se menor que grãos de cominho. Pelo menos, os grãos se tornam. Eu, me torno o quê?
O tempo também envelhece sentimento, enruga e frustra vontades,
despeja nuvens sobre cores, desbota caminhos e desenfeita paixões.
De modo, que, nem todos são iguais, sentem com o mesmo frescor e se combinam com os mesmos números.
Tudo dependerá de que fonte nasceu. Se você fosse eu?
Hertinha Fischer
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