Desperta estou, ainda que pareça que não dormi.
Quantas águas já se beberam e quanta sede ainda haverá?
Mundo que se deseja, mundo que nada é.
Ainda bem que não nos lembramos de olhar adiante,
O adiante que é viajante, numa estrada anuviada, onde a colina
esconde o fim.
De fato, nada sabemos, só o que realmente queremos,
Um querer que nada tem, cercados de novos empenhos,
que acaba por ser o quê?
Nuvens sem água, árvores sem frutos, pernas sem pé.
O que será depois que partimos?
O que haverá por trás das cortinas que encobrem
o verdadeiro palco?
Será mesmo, essa a derradeira fonte, ou haverá
um manancial escondido entre nossos devaneios?
Os gravetos da impotência encobrem a nascente verdade.
Ocorre que, somente alguns, descobrem por meios próprios,
que a verdadeira consciência, da vida, ainda está em
construção, do outro lado da ilusão!
Hertinha Fischer
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário