Eu fico a pensar no mundo como está,
Não encontro nenhuma razão para comemorar.
Eu já estava lá quando a estrada sumiu e não
consegui mais ver o que
se escondia do lado de lá.
Preferiria estar a ser ainda criança, quando meus
pensamentos estavam voltados para os
simples brinquedos á minha volta,
que não me causavam nenhum dano.
Quando a minha alma sorria por dentro,
por ver Deus agindo de forma maravilhosa,
enquanto passávamos pelo deserto.
E tudo se acabou em lamentos quando
não veio o que queríamos, não
se importando com o que nos era dado, sonhavamos
com o que deixamos para trás, embora fossemos cativos do
mal.
O mundo transformou-se e nos transformou em fantoches
a sorrir por nada. Um corpo a querer beleza, quando beleza já não se vê.
Já se foi o tempo em que as cordilheiras ficava nas alturas, hoje,
nem nas alturas encontramos real sossego. Tudo infestados por quereres
vãos.
Aprendi, mas desaprendo todo dia, quando olho para o que aqui se faz.
Os homens perderam sua divindade e tornaram-se apenas homens cruéis,
que detestam a paz, mas andam de branco para exemplificá-las.
Alegorias e mais alegorias, contos de fadas!
Sobem ao púlpito sem honrá-lo, falam em Deus sem senti-lo.
E as pelegadas andam atrás como leão atrás da presa, a uivar e
urinar marcando território. ávidos para reclamar audiência
com quem, deveras, não respeitam.
É o mal do mundo no mundo mau
È o ser inteligente usando a força dos cavalos, e os cavaleiros
puxando as rédeas, e a serpente serpenteando ao lado.
Estive aqui por todo o tempo, a assistir a peça toda, mas
não estarei quando a trama terminar, embora, esteja dentro, estou de fora,
a assistir a marginalidade prosperar, e os
homens de bem a gemer de insatisfação, acreditando
que não ha culpa, e se culpando por nada poder fazer.
Herta Fischer
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sexta-feira, 9 de março de 2018
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