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Eu dando vida as coisas
E o caminho era suave - sem obstáculos na pronúncia das flores. Um perfumado sonar de cores e risos, que se estendiam na passagem dos ol...
quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018
Apenas lembrança
Havia uma estradinha, sim, uma
estradinha estreita sobre um céu de anil.
Empoeirada e esquecida no meio do nada,
poucos se habilitavam a passar por ela.
Nenhum cuidado havia, nenhuma forma de
asfalto, a não ser a densa margem coberta
por um verde, que de vez em quando floria.
E se estendia até um belo riacho, onde os
peixes,sem falsa modéstia, se proliferavam.
Havia infinidades deles, nenhum anzol a espreitar,
Também levava a uma casinha feita de amor,
coberta por espessas folhas de sapé, onde Dona Vicentina
morava com seus amados gatos.
Uma estradinha, meiga e delicada,
por onde não passava carros, apenas crianças
acompanhadas por seus pais, corriam felizes sobre ela,
como se ela própria trouxesse alegria.
Era uma vez!
Não! Foi uma vez. Houve dia e houve noite,
Ela existiu e trabalhou fazendo farinha em seu monjolo
encantado, cuja batida no pilão contava
suas historias.
Sobre a mata densa, árvores batiam palmas, enquanto
os bijus saiam quentinhos do forno.
E o céu entre os galhos misturavam-se em cores de azul anil e verde,
e a Senhorinha se abaixava entre sacos de milhos e farinha.
E á água cantava em júbilo lá pelas tantas, enquanto caia
em seu cocho, e levava a energia do pilão
a fazer sua órbita. Vai e vem!
O trilho que se abria entre as pedras, a maravilhosa
visão do lago ao redor, a cachoeira, a bica, e dona Vicentina, Um quadro
surreal, dá para cantar em versos.
Tom pocotom!
Lá vem o canto em conto
o grito do milho amassado
O amido a se transformar
e Dona Vicentina
a trabalhar.
Hoje só tem rastro de saudade, uma picada
de árvores cortadas, uma casinha
derrubada, o buraco entre a cachoeira
e o pilão, não mais monjolo
não mais canção.
Herta Fischer
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