Quando tudo era pedregulho,
dedos machucados, sola comendo bagulho,
língua grudada no céu da boca
ouvido sentindo barulho
Vai onça com suas garras
monta no lombo do alce que passa
vivendo em transe as suas farras
dentes visíveis e ameaça
Clarão entre galhos, sono mortífero
lua que finda seu artifício
frio intenso nos polos rodeio
calor intenso no vale do meio
Clama a vida dentro da cova
na vida que chama a sua nova
viver a margem não danifica
nas pedras da orla se mortifica
Arcos e flechas no seu harém
aljava de couro que á sustém
Se fica em seu coldre, é pura a sorte
Se sai no disparo, é certa a morte
O vento se esconde atrás da montanha,
quieta a viagem, não parece estranha
Se for acordado por nuvem sinistra
Só choro e lamento ele ministra.
Charada é flerte com mente sutil
Se acha que sabe, me passa o refil
Hertinha Fischer
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