Lá na sublime superfície de antes,
onde o agora vigora.
Latente, desperta um outro tempo
que em tudo se demora.
Derrama senso, escoa sensações
bebe-se ilusões.
Tudo pode, tudo quer, vive-se seus
furacões.
Assemelhado ao desmamado,
leite santo derramado
segue em retidão, disfarçado
Nasce vago e sem sentido,
torna-se grande e temido
limpa-se fora, dentro,
encardido.
Uivante desregrado, caça a presa no cercado,
livre e condenado, não passa de pobre coitado.
Em fome, afomeia, em crise, coiceia, em vida,
desperdiça, em morte, cerceia.
Vitoria, nunca terá, felicidade não encontrará,
tristeza socorrerá, vivendo, lamentará.
Hertinha Fischer
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