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 Me encontrei com o mundo das letras quando o meu mundo se reduzia a nada. Fui muito maltratada pelas circunstâncias que não gostava de silê...

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Esperança que sobrevive

As vezes me recolho
nas mãos do tempo,
para constatar que sem
mim, ele também acontece.
E de mansinho soa meus passos,
para distanciar-me um pouco
do barulho que vem de fora.
Há tantas inconstâncias
nos pareceres, há tanta correria
por coisas, há tanta fuga e pouco
consolo, que, as vezes, me dói
pensar.
Estou bem e em paz onde estou,
que nem necessito mais de
andanças, de ver o que já
me cansei de olhar, de sentir
e levar esse sentimento que
descarrilha minha sensatez.
Estou mais para luto,
do que para alegrias vãs.
Sei que, enquanto ainda houver
mente sã em mim, ainda
posso sonhar e sentir saudade,
coisas curriqueiras que
levamos conosco para
preencher a lacuna do
saber-se já morto em algum
momento.
Todos os dias vividos, são
dias perdidos, toda a emoção
passada só vive na memória,
que em dias tristes faz questão
de voltar.
Só mesmo a esperança que
escrevestes no coração, tem valor
inestimável, e faz sentido, quando
sinto já a me despedir, a balançar minhas mãos
trêmulas pelos contar dos dias passados
que me empurram para o fim, mas
que me mostra um recomeço se
assim merecer.

Herta Fischer (Hertinha)


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