Eu vivo um dia de cada vez, e
não poderia ser diferente, em cada
hora só cabe o que lhe cabe.
Sou casada, e meu casamento se arrasta
por trinta anos de compreensões e afetos,
por estar, totalmente, ligada a família, mais que tudo
que eu possa realizar ou sonhar.
No inicio,eu queria romance, e ficava focada nisto
quase que o dia todo, esperando pelo momento
em que as caricias se faziam presentes.
Conforme o tempo ia passando, eu compreendia que,
casamento era bem mais que isto.
Tivemos dois filhos, e este compromisso assumido não
me deixava muito tempo para sonhos infantis.
Então, fomos vivendo, adquirindo bens: eu, trabalhando
para o lar, e meu marido provendo o necessário.
Aprendi que o amor não pode se resumir em contato físico,
Isto é só uma necessidade orgânica, e se fizermos muita questão de
desfrutar esses prazeres, na verdade, só nos deixam incompletos.
O amor, na verdade, é mais companheirismo, que qualquer outra
definição. Estar em sintonia um com o outro, no respeito mútuo
construindo em cada momento o bem estar um do outro,
tanto na parte material, quando na sentimental.
Com o tempo a gente cresce e percebe que a vida tem ou dá-nos
outras compensações além daquelas que acreditamos ser essências,
assim como , de fato, querer estar no lugar onde está, com fé
naquilo que foi proposto, ou admitido anteriormente.
Se nos afastamos do real objetivo da comunhão, nunca haveremos de
ficar satisfeitos. O corpo muda, assim como a mente, e o que éramos
na juventude não será mais na mesma medida, assim como o estado hormonal.
Então, eu, no caso, estou satisfeita e conformada como o
que somos agora, apenas dois bons companheiros, trilhando a mesma estrada,
sem muitos anseios, sem muitas delongas, compartilhando experiências.
A tranquilidade de espírito, é bem mais louvável que espíritos turbulentos, que tentam
ser o que não conseguem mais ser, e que vivem trocando parceiros, até acabarem sozinhos
em algum momento da jornada.
Com o passar dos anos, o relacionamento esfria, não por falta de carinho e amor, mas por
fazer parte. Por que a vida, aos poucos vai se esvaindo, e com a idade, a gente passa
a compreender melhor o ciclo da existência e suas mudanças fisiológicas.
Hoje, já com mais de meio caminho andado, eu e meu companheiro estamos muito mais ligados um ao outro, do que antes, pois, já não nos cobramos tanto, apenas compreendemos as nossas
necessidades conforme elas aparecem. e na medida do possível, vamos vivenciando
o crescimento que a idade adulta nos concede.
Esse crescimento evolve menos planos e mais atitudes, não é por conformismo, e, sim, por prudência.
Não vale a pena sacrificar tudo o que construímos, a sanidade dos nossos filhos, por uma ilusão de que tudo poderia ser diferente, quando sabemos que a própria vida nos dá conforme o que ainda
estamos aptos para acatar.
No mais, seria trocar seis por meia duzia.. difícil não cair na rotina...
Herta Fischer.
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Eu dando vida as coisas
E o caminho era suave - sem obstáculos na pronúncia das flores. Um perfumado sonar de cores e risos, que se estendiam na passagem dos ol...
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016
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