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Ciranda noturna

  E as formosas tardes, roubando o encanto da manhã, A sorrir sol entre as árvores Meu recanto, colorindo a relva com giz amarelo. E a luz s...

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Condomínio

Prefiro estar longe das redes sociais..Prefiro o aconchego do meu blog....
Atualmente, é melhor viver num condomínio, do que em bairros super-populosos.
Eu me lembro,de certo tempo em que vivia só em meu mundo de criança, brincando com minha boneca de sabugo de milho, contando-lhe minhas histórias. E ela ficava me olhando com muito interesse.
Geralmente, fazia de uma árvore, minha casa.
Não sei porquê, mas, já gostava de viver isolada, por causa disto, talvez, eu tenha tanta dificuldade de viver socialmente, não por não gostar de pessoas, mas, para evitar certas conversas que dificilmente mostram um bom caminho.
Busquei nos livros uma certa independência de outros, era nas histórias contadas que aprendi a ser feliz em meu pequeno mundo de imaginação.
Pena, que as pessoas não usam esse recurso maravilhoso da escrita para se inteirarem das coisas que acontecem no mundo, e que nos separam uns dos outros.
A religiosidade deveria nos aproximar, no entanto, é a maior causa de divisão entre os humanos.
Um único mandamento, deixado para que obedecêssemos, já seria motivo suficiente para que estivéssemos vivendo dentro de um objetivo comum..."O do amor ao próximo" No entanto, não aprendemos no decorrer da vida, a compartilhar com os outros, aprendemos, sim, a esconder, não a dividir.
Desde criança, aprendemos que o que é nosso, é nosso, e ponto!
Fechamos as nossas portas ao próximo, muitas vezes, não por que queremos, mas, para que não haja invasão, justamente por não compreenderem que a liberdade do amor, consiste em respeito ás coisas alheias, não por obrigação, mas, por uma consciência boa diante do "outro.
Falando ainda em tempos distantes.. tempo em que o próprio tempo deixou para trás.
Era  bom demais, como  viver em outro mundo, diferente do de agora, onde cada um na sua, vivem uma falsa sensação de liberdade.
Entre o farfalhar de folhas soltas ao vento, entre o barulho de um pequeno córrego, despejando suas águas límpidas num pequeno lago de magia, eu vivia entre eles, assim, sem assinaturas, sem cobranças, sem a preocupação com a necessidade de existir um outro dia.
Acordar com a passarada em festa, e o sol se estendendo como um lindo cobertor amarelo, que delicadamente realizava o seu trabalho incansavelmente.
Sobre o fogo acendido de manhãzinha, o aroma de café fresquinho, coado na alegria de uma família amorosa e tranquila.
Sobre lençóis de algodão tão brancos como a neve, espreguiçávamos antes de levantarmos para o chamamento de mais um tempo de lutas e glorias.
Lutas de mãos e de pés, pés que nos levavam para a magia da mata, ou de corredores limpos, varridos com vassouras tradicionais colhidas das mãos das árvores, que estendidas, só sabiam servir.
Entre bananeiras , que imponentes se entrelaçavam num abraço, formado por grandes tosseiras, uma ao lado da outra, até se encontrar com um belo ranchinho coberto por sapés. Dentro dele moravam espigas de milho, que juntos formavam um monte de alegrias entre o riso de crianças que por ele queriam subir.
Engatinhando como bebes tentávamos escalar o monte, e as espigas levianas, se deslocavam, de cima para baixo, como uma enxurrada de águas calmas, não nos permitia alcançar seu topo.
O ar se enchia com os risos, e quanto mais se ouvia os risos, muito mais as espigas nos surpreendiam com a brincadeira sapeca.
Com as espigas estateladas ao chão de tanta canseira, abandonávamos a brincadeira para procurar outro lugar, outra coisas a se ocupar, outra magia a descobrir.
Não havia ali lugar pra rancores, falsos amores, nem rixas, nem linguajar de fogo, eram só risos que se faziam canções.
Com a maturidade vão-se o pensamento sadio, vão-se a inocência, trocamos a roça por asfalto, e o riso farto por restolhos de alegrias.
Não sei bem se foi "os tempos", ou as pessoas que endureceram de certa forma o coração, que, hoje, até as crianças se distanciaram uma das outras, e consequentemente perderam a alegria de viver....

Autora: Herta Fischer                                       direitos autorais reservados  















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