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 Me encontrei com o mundo das letras quando o meu mundo se reduzia a nada. Fui muito maltratada pelas circunstâncias que não gostava de silê...

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

Grande prurido

 Estou a intuir que já foi,

Todo bem que se construiu
se foi,
no enfado do certo que ligava
as redes e os sociais.
Desintegrou-se ainda criança
nos atos que se arriscou
Foi-se o romance, foi-se casado no descasado,
Foi-se.
Foi-se a purpura e o papiro, perdeu-se na arca
As desilusões as abateram, só sobraram cortes.
E a religiosidade que trouxe paz, ao mundo,
é a que mais destrói.
Trança-se espigas mofadas, abriga-as nas profundezas.
O inútil se valorizou e o útil se escondeu.
As praças estão cheias de traças e trapaças, a alegria se encolheu.
Ruas largas, pouco espaço para gente, pra bicho.
O sol bate nos vidros, embaçando a visão, e o cortejo já não tem defunto, apenas caixão vazio rodando.
Árvores desperdiçando sombra e engolindo fuligem - tudo certo, lógica da terra plana.
E os seres não são seres. São na maioria das vezes, gladiadores.
Onde lutam consigo mesmos, com armas de ganância milenares, quando um homem corrupto corrompe tudo que toca.
Tudo na terra já foi consumido e habitado. Não há mais para onde fugir ou descobrir.
Vontade de ser um conto, mas, nem te conto - conto são apenas contos.
Alice não mais se maravilha.
Hertinha Fischer.

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