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 Me encontrei com o mundo das letras quando o meu mundo se reduzia a nada. Fui muito maltratada pelas circunstâncias que não gostava de silê...

domingo, 15 de maio de 2022

Viagem da saudade

Sinto a presença do vento e tento
 pedir-lhe que enfrente o tempo.
De uma volta no presente, sem olhar para o
futuro, e volte ao passado.
Lá onde existia minha casinha,
toda enfeitada de terra batida,
escondida atrás dos bananais.
Que pudesse me levar com ele, ao encontro
de minha mãezinha, que o tempo sem 
misericórdia levou.
Se não foi para o futuro, onde ele a deixou?
Não ha rastros na estrada, não ha perfume no ar,
não á encontro em nenhum lugar. Onde
ela foi parar?
Será que criou asas, ou vive entre as criaturas do mar,
ou se transformou em anjo e no céu foi morar?
Depois que ela se foi, o lugar se entristeceu, não
tem mais sorrisos nem sabor, nem plantações de arroz.
A chuva vem só de vez em quando, numa visita sem
lama. Do ingazeiro, só toco, do chuchuzeiro só rama.
A terra antes tão dura, agora só poeira fininha, não mais
recebe a semente,  e se entristece sozinha.
Do rio que se esparramava entre os juncos e  as flores, 
agora, de pingo e pingo, só musgos em dissabores.
A trilha, a descer sobre a mata, formada por passagem
constante, só galhos enfileirados, por caírem a todo instante.
E o amor que ali havia, o cuidado e a destreza, daquela mulher
virtuosa, que tinha por nome Tereza.
O mato tomou conta da roça, do milho, só
restou sabugo, restando somente saudade, 
daquele homem que se chamava Hugo!





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