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Deleite com café

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sábado, 3 de abril de 2021

Peroração de cada um


Ainda me encontro na vaidade da vida,

sobre escombros me deito.

Gostaria de pensar diferente,

sem essa sensação que me define.

Vago na imensidão estranha e azul

de um céu que me parece sem fim,

e que de fim se alimenta.

Encontrei na escrita um modo de sobreviver,

de encarar minhas próprias futilidades.

Alcançando o que o visível não alcança.

Se me olham, não me veem, o corpo

não sou eu, O eu subsiste, o corpo definha.

O corpo nada mais é do que a vaidade dos homens,

para que o brilho, de fora, ofusque a negritude de dentro,

e não vejam o óbvio, do pecado, que cada um carrega.

Nunca seremos completos em nós mesmos, nunca

nos satisfaremos com o que possuímos, buscaremos

sempre, a perfeição aos olhos alheios.

Me encontro, neste momento, tão diferente,

é como, se, de repente, pudesse absorver a verdade

absoluta de cada existência. 

Não mais como o que se encontra as ocultas, mas, explicito

nos eirados.

Escritos em cada rosto, pregados em cada sentimento, como pregos

que atravessam madeiras.

Somos, apenas isto!

Cada um em cada um, já definido e certificado,

já feito e concluído. Moldado e equipado para

viver ou morrer.

Hertinha Fischer







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