Ainda me encontro na vaidade da vida,
sobre escombros me deito.
Gostaria de pensar diferente,
sem essa sensação que me define.
Vago na imensidão estranha e azul
de um céu que me parece sem fim,
e que de fim se alimenta.
Encontrei na escrita um modo de sobreviver,
de encarar minhas próprias futilidades.
Alcançando o que o visível não alcança.
Se me olham, não me veem, o corpo
não sou eu, O eu subsiste, o corpo definha.
O corpo nada mais é do que a vaidade dos homens,
para que o brilho, de fora, ofusque a negritude de dentro,
e não vejam o óbvio, do pecado, que cada um carrega.
Nunca seremos completos em nós mesmos, nunca
nos satisfaremos com o que possuímos, buscaremos
sempre, a perfeição aos olhos alheios.
Me encontro, neste momento, tão diferente,
é como, se, de repente, pudesse absorver a verdade
absoluta de cada existência.
Não mais como o que se encontra as ocultas, mas, explicito
nos eirados.
Escritos em cada rosto, pregados em cada sentimento, como pregos
que atravessam madeiras.
Somos, apenas isto!
Cada um em cada um, já definido e certificado,
já feito e concluído. Moldado e equipado para
viver ou morrer.
Hertinha Fischer
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