Aquele jardim que se perdeu no tempo, faz tempo!
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Sorte ou destino
Tereza sentia a necessidade de aprender pelo olhar, a única maneira que conhecia, sua única escola. Seu pai, vindo da simplicidade, não sabi...
segunda-feira, 26 de abril de 2021
Presumindo
sábado, 17 de abril de 2021
Preso na presa da fome
Só se perseguem as presas,
presa que preza a prosa.
prosa que preza a fome.
Fome que come a carne, carne que
serve a presa.
Não se persegue quem não
conduz perigo,
não conduz perigo quem
não é presa,
A força que o dente da presa não tem,
sobra nas pernas para correr,
Depois vai para a boca, para contar
suas vantagens, antes
de se tornar presa outra vez.
A presa ta presa no medo
e o perseguidor preso na fome..
Só persegue sem fome,
aquele bicho chamado
homem.
Hertinha Fischer
sábado, 10 de abril de 2021
Atravessando fases
sábado, 3 de abril de 2021
Peroração de cada um
Ainda me encontro na vaidade da vida,
sobre escombros me deito.
Gostaria de pensar diferente,
sem essa sensação que me define.
Vago na imensidão estranha e azul
de um céu que me parece sem fim,
e que de fim se alimenta.
Encontrei na escrita um modo de sobreviver,
de encarar minhas próprias futilidades.
Alcançando o que o visível não alcança.
Se me olham, não me veem, o corpo
não sou eu, O eu subsiste, o corpo definha.
O corpo nada mais é do que a vaidade dos homens,
para que o brilho, de fora, ofusque a negritude de dentro,
e não vejam o óbvio, do pecado, que cada um carrega.
Nunca seremos completos em nós mesmos, nunca
nos satisfaremos com o que possuímos, buscaremos
sempre, a perfeição aos olhos alheios.
Me encontro, neste momento, tão diferente,
é como, se, de repente, pudesse absorver a verdade
absoluta de cada existência.
Não mais como o que se encontra as ocultas, mas, explicito
nos eirados.
Escritos em cada rosto, pregados em cada sentimento, como pregos
que atravessam madeiras.
Somos, apenas isto!
Cada um em cada um, já definido e certificado,
já feito e concluído. Moldado e equipado para
viver ou morrer.
Hertinha Fischer
sexta-feira, 2 de abril de 2021
Passagem estreita
Oh, meu Deus...
Que resposta me dá quando lhe pergunto?
Um silêncio cheio de silêncio.
Não se cansa de se esconder. Quando me dará o prazer
de ver a tua face?
Em que parte do céu estendeu o teu trono?
Ouço a tua voz na palavra. Entre pergaminhos, revela-me tua grandeza.
E minha alma esperançosa se enche de pretensão.
Pretendendo teu amor, presa em promessa, ansiando, para ontem, teu
favorecimento.
Invejo quem esteve sob teu conforto, invejo quem recebeu teu conselho.
Vivo a vagar, sem estrada para seguir. Vivo a semear, sem campo para florescer.
Como um servo solitário, busco pela ramagem, entre os campos ressecados pela seca. Há fontes que me parecem frescas, mas são só miragens.
Onde estás?
Por que me deixa com tantas perguntas sem respostas?
Tira-me dessas paragens que só me causam aflições. Derrama sobre mim tua presença, para que eu me encha de alegria.
Para então contar a todos os teus santos desígnios, escondidos nessa passagem tão estreita, que me moem os ossos.
Hertinha Fischer
O infinito do mesmo
Hoje, sexta feira de um dia qualquer, de uma semana
qualquer, sobre um ano qualquer.. Números!
Números, números, números!
Um, dois, três, Tudo recomeça outra vez. Qual a novidade?
Um céu azul, mesclado de nuvens negras, numa qualquer janela á despertar
ante olhos orgulhosos.
Que mãos os alcançará?
Vozes se ouvem ao longe, ainda tenho a capacidade de ouvir, mas, não
sei de que falam.
Já experimentou o silêncio barulhento: Um pássaro a cantar, feliz, em um galho qualquer?
Um fala, outro responde!
A palavra do canto é repetitiva, amanhã estará a cantar as mesmas musicas, com a memória da mesma letra.
Deita-se, a noite, no mesmo ninho, descobre-se á esquentar os mesmos ovos, eclode-se os mesmos pintainhos. Da mesma forma dá-os de comer sem se cansar.
E no momento seguinte, já são outros a fazer as mesmas coisas.
Começo a desejar outros lugares, a ousar outros pensamentos, a inventar outros sentimentos.
Cansei de ver todos os dias passarem por mim, deixando mais dias a me espreitar, até se findar e se transformar em outro dia qualquer...
Hertinha Fischer
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Queria novamente as estradas que percorriam minha alma, corajosas com suas nuvens de pó a fechar meus olhos. Dando nome ao novo, sussurrando...
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Ando em linha reta pelos caminhos tortos, morro um pouco, mas não por completo. Sei que a justiça tarda, mas, um dia, ela trará as sua...
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Eis que ainda brilha a esperança no pó da estrada. Sem cavaleiro, o cavalo troteia; sem trovador, os versos encontram seu destino. Ainda se ...