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Deleite com café

  A janela, onde o sol nasce, sobe as escadas das flores e ali permanece, sentado, até que a porta da poesia, se abra, lá pelas bandas das ...

sábado, 9 de janeiro de 2021

Etimologia


Estava eu á passear sobre as instancias da vida,
como sempre, meio esquecida de tudo.
Nunca fui muito de dar importância para as coisas,
coisas só compõe o lugar.
Sou como uma andorinha, que se aproveita da corrente de ar
para fortalecer suas asas.
Assim, também, aproveitei todos os instantes, com muita fidelidade
ao sentimento que despertava em mim.
Nunca cobrei da vida mais do que ela me oferecia.
Fui uma eterna apaixonada pelo acaso que me visitava.
Gostava de explorar e de aprender, mesmo que fosse, só para sondar
as copas das árvores, me deliciando com seus movimentos.
Palavras iam e vinham á compor meus pensamentos, muitas vezes,
ousados e adiantados para aquele tempo.
Nunca fixei demais em coisa alguma, nem dava tanta importância
para o futuro, o meu futuro eram as horas que passava embaixo dos meus pés.
A vida nada mais é do que um eterno despertar e dormir.
Entre um vai e vem é que mora a eternidade. Nada além de ir e vir.
Nunca gostei de silêncio, mesmo que o silêncio me rodeasse.
Entre eu e eu mesma, sempre havia barulho. Um incessante barulho
de pensar.
Mesmo enquanto dormia, sonhos povoavam meu descanso.
Nunca gostei de solidão, sempre havia alguma conversa entre eu e alguma coisa: até mesmo
as paredes me compreendiam.
As vezes, era uma voz incompreensível de um graveto a se quebrar sobre meus passos, Noutras,
folhas sussurrando para o vento.
Tudo que aprendi tem a ver com tudo que vivi. Me parecia louco viver e não compreender
o significado de tudo que nos rodeia.
A vida em si é uma composição única. Pode-se passar os anos, pode-se envelhecer, é fato! Mas a ópera
só acaba no dia em que se esquece a letra.
Hertinha Fischer





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