E aquele charmoso chão que relava nos pés,
acobertado de pó vermelho.
Brincava de rachar calcanhar;
adentrava, colorindo os sulcos.
A relva, que, de manhã, soletrava
gotas, como lágrimas de sol, a poetizar
a manhã.
O colorir das minhas íris, esverdeada
pelas folhas trepadeiras a balançar
com o vento.
O coração saindo pela boca, em um frenesi
de pulsar.
Quantas histórias haveria por ali, esquecidas
pelos que ali passavam.
Minha imaginação os buscavam em cada
vala aberta.
Havia, por ali, árvores lendárias, contando
os anos em anéis.
Esparramavam as orquídeas por sobre os
troncos, como chuva de ouro puro.
Agrupavam-se diante do tempo presente,
arrastando o passado com elas.
Eu, ainda presente, passeei entre elas, e
um prazer de estar, carreguei comigo.
Talvez, também já tivesse sido passado, voltando
a minha natureza, transladando em torno do tempo.
Hertinha Fischer
Nenhum comentário:
Postar um comentário