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Lágrimas de sol

 E aquele charmoso chão que relava nos pés, acobertado de pó vermelho . Brincava de rachar calcanhar; adentrava, colorindo os sulcos. A relv...

sábado, 12 de julho de 2025

Lágrimas de sol

 E aquele charmoso chão que relava nos pés,

acobertado de pó vermelho.

Brincava de rachar calcanhar;

adentrava, colorindo os sulcos.

A relva, que, de manhã, soletrava

gotas, como lágrimas de sol, a poetizar

a manhã.

O colorir das minhas íris, esverdeada

pelas folhas trepadeiras a balançar

com o vento.

O coração saindo pela boca, em um frenesi

de pulsar.

Quantas histórias haveria por ali, esquecidas

pelos que ali passavam.

 Minha imaginação os buscavam em cada

vala aberta.

Havia, por ali, árvores lendárias, contando

os anos em anéis.

Esparramavam as orquídeas por sobre os

troncos, como chuva de ouro puro.

Agrupavam-se diante do tempo presente,

arrastando o passado com elas.

Eu, ainda presente, passeei entre elas, e

um prazer de estar, carreguei comigo.

Talvez, também já tivesse sido passado, voltando

a minha natureza, transladando em torno do tempo.

Hertinha Fischer






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