Sei e quando vi, já era tarde.
A paineira já desabava
Teu braço que me acolhia
de cansaço, se recolhia
minha vista se cansava
A neve que caia de seus galhos,
no outono.
Assim como eu, já secava
As beiras floridas das estradinhas,
sulcos abertos de tanto passar,
transformou-se num ladrão de
memória, solidão a solidarizar.
Já na festa não ha muita musica.
nem cigarras á despertar
Horrenda limpeza de cores
telhados a desdenhar.
Ruído de vozes ao longe,
amarga e sem conteúdo,
voz de criança, mudez.
Sem sementes para despertar,
só na casca se torna graúdo
O cansaço me toma de todo
da raiz a ponta dos dedos.
Sem cheiro e sem paladar
ameaça com seus enredos
Nada significa, tudo se intensifica
Não simplifica, nem justifica
Inútil ir sem causa, enfim
que a causa morre ante mim.
È como passar sem perceber,
e perceber o amarrotar.
Hertinha Fischer.
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