Havia uma casinha, outra casinha e mais outra casinha, até que o tempo, desavisado de saudade, passou a desconstruir.
Havia uma família lá, outra família e outra família, até que o tempo, descompromissado de carinho, os separou.
Havia conforto lá, embora, não se achasse em meio. A feroz onda de mal-me-quer despetalou-á
Havia tantos porvir ainda em andamento, mas, o sentimento do tempo não consagrou os santos laços.
Havia vida, havia histórias, havia amizade, havia tudo que construía o imã da irmandade - entre risos e choros, faltas e abundâncias, coragem e fraqueza, silêncio e ruído, entendimento e brigas, como se imagina os reveses.
Não se cria sem desfazer. Não se compartilha sem quebrar ou cortar.
Outros aspectos sobre outros olhos, outras casinhas, talvez, a mesma, a olhar outros componentes, sem ser os mesmos, mas, com a mesma intensidade de corresponder.
Outras árvores em outros lugares, outro rio, talvez, mais elaborado, outra disputa, outros valores, sobre o mesmo pacto de viver.
Outros pés a percorrer o mesmo caminho, pegadas em desalinho, outras vozes a correr nas margens, outros contos a contar, sempre com a carismática das mesmas palavras com outros sentidos.
Outras formas de saber, outras novidades a socorrer, outras ondas a diferenciar, com a mesma vontade de ser.
Outros encontros na alegria, muitas vezes, em tristeza, Chegadas e partidas não esperadas nem refletidas.
Outras paisagens, outras paragens, outros personagens, outras histórias, outros momentos, outros carinhos, outros amores, outras edificações, outros semblantes, outros amantes, outros atuantes e a constante arte da mesmice do nascer viver e morrer.. Chacoalhados e derrubados em cada estação.
Hertinha Fischer.
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