As vezes me encontrava tão sozinha, parecia estar num mundo só meu
Amava as pessoas, amava mesmo, porém, o perto estava longe.Uso muito o termo "minhas estradinhas," a verdadeira amiga que me incentivava a ir em frente.
Queria conversar, aprender com os que sabiam, mas, não tinham tempo para mim.
Então, ia, meio que tateando, segurando aqui e ali, até poder descobrir onde se encontravam as coisas.
E as coisas apareciam, escondidas dentro da imaginação.
Quantas vezes, o rio soletrava poesia. As ramadas derramavam charmes por entre as árvores, e eu, ia conhecendo, outros modos de amar.
Quantas fantasias se aplicavam á minhas andanças, quase que á se fundir com a realidade.
O espaço em que cabia meus pés, continham mais historias do que o próprio caminhar. Me contavam de sonhos distantes que ainda havia para sonhar.
A prova estava no horizonte.
A noitinha, quando tudo parecia dormente, as luzes se acendiam, ao longe, como pontos luminosos em novos céus desconhecidos, apontando outros mundos a se descobrir.
As vezes, era a princesinha dos olheiros das formigas, noutras, apenas a raposa querendo caçar a esperteza.
As descobertas tão vagas, o ouriçar dos ouvidos a procura de sons, no palavrear sutil do sertão já fragmentado pelas plantações.
A semente rasgando a terra, tão frágeis e tão fortes ao mesmo tempo, submergindo, ganhando formas e cores, como se, de antemão, conhecessem o caminho planejado.
Repentinamente, quase tudo me parecia familiar.
Tudo me parecia compreensível, até mesmo o que não sabia, parecia saber. Interpretava cada olhar, como quem interpreta um texto bem escrito.
A mente, eu pensava: tudo depende de como se usa. Com que curiosidade se busca conhecimento.
A vida é um livro aberto, pronto para qualquer pessoa que ousa lê-lo sem preconceitos.
Hertinha Fischer