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Deleite com café

  A janela, onde o sol nasce, sobe as escadas das flores e ali permanece, sentado, até que a porta da poesia, se abra, lá pelas bandas das ...

quinta-feira, 25 de julho de 2019

A felicidade de construir

Depois de algum tempo em jejum, volto a velha mania de
escrever.
Gosto de me envolver com as lembranças do passado, parece, que,
quanto mais me lembro mais me desperto para o agora.
Havia um tempo, ainda há. nem sei por quanto ainda haverá.
Enquanto existir-me-ei, experimentarei a razão de poder
viajar no tempo da memoria.
E a memoria sempre volta ao tempo mais precioso, quando me deu
a passagem mais valiosa, abrindo-me todas as portas possíveis.
Um trem que nunca para passou pelos trilhos perto de casa, embarquei
mesmo sem saber ao certo onde iria. Alguém me estendeu as mãos, e
me fez vibrar alçando-me para dentro da vida,
Por um bom período de tempo, inacabada,dormi.
Quando as células amadurecidas me fez completa, já podendo
identificar os elementos e as pessoas, veio uma sede de saber.
E a primeira coisa que admirei foi saber que podia aprender a
ler e a escrever.
Já com todos os sentidos despertos, faltava-me o principal.
Porque a leitura e a escrita podia me fazer mais sábia, que apenas
absorver da sensualidade das coisas.
Minhas pequenas mãos ainda estavam meio envergonhadas e tímidas,
mas o cérebro se abria como um ermitão em busca de si mesmo.
Dependi de outras pessoas para alçar esse novo voo, precisava de
incentivo, de alguém a dirigir meus dedos, até poder desenhar pela
primeira vez, o alfabeto inteiro.
No começo parecia difícil, o caminho era estreito, quase que não me cabia.
mas, aos poucos, sem perceber, fui entrando nesse mundo gramático.
Não era escolha minha, propriamente dito, algo muito maior
se desenrolava em mim.
Meus pais analfabetos, meus irmãos com pouca vontade, a escola
muito longe, tudo parecia contra.
Porém, nada pode afetar aqueles que querem com tanta vontade.
E eu quis, a ponto de fazer até meu pai compreender.
Tinha um pouco menos que um metro de altura, aos seis anos de idade,´e lá
fui eu, a conhecer o mundo da escrita.
Quantos versinhos desconexos eu verbalizei, quantos arranjos de poesia
eu escrevi para eu mesma.
Se avancei muito, não sei!
Se cheguei ao patamar desejado, também não sei!
Só sei que quando quero, simplesmente pego o computador e despejo tudo
o que penso.
Herta Fischer








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