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Lá onde aconteceu

  Busquei em vão o que não achei, a maquina do tempo não funciona. Leva-me na alça de seu estalo Já foi, foi mesmo. Em que sala se entrega,...

sexta-feira, 30 de junho de 2017

Cada um por si

Estou falando menos, bom ficar
calado a observar.
Preciso estar assim,
como quem não deve nada, como
quem não tem muito a oferecer.
Assim não caio na tentação
de dar palites, mesmo porque,
de nada precisam, todos sabem bem
o que querem.
Atualmente, todos estão cheios
de si, cheios de razão,
e não ha mais lugar para conselhos.
De que vale querer oferecer um
bom lugar, bem estar, se estão
tão seguros na confusão.
De minha parte, realizo a fotossíntese
para minhas raízes,
Não vou mexer em caldo alheio, mesmo ao
vê-los queimar, pois se mexo, por cuidado,
ainda vou ser sacrificada por estar ali.
hertinha  (Herta Fischer)

No mesmo barco

Que te importa se eu
me vá,
Se chego sem avisar
que de todo,
não me tem

Que te importa quanto sinto
a distancia e o chorar
quando tudo que
me das
não tem valor para
ninguém

Que me importa seu amor,
que me entregas o
que não tem
 é seu todo prazer,
que suga em desdém

Que me importa...
que te importa
estamos no mesmo barco
se eu caio, eu encharco
e se tu cai, se molha
também.

Hertinha (Herta Fischer)

terça-feira, 27 de junho de 2017

Crença num depois

Ha muito para se olhar
e tão pouco sentimento nos
olhos.
Estamos focados no ganho,
Quando o que realmente
tem valor é grátis.
As vezes um simples calçado
descansando na soleira da porta
pode parecer belo.
Sinal de que tudo que vive
tem propósito, mesmo
que esteja fora da compreensão
momentânea e morto aos nossos
conceitos.
Ha uma fartura em nós, mas o estômago
esta mais propenso que o corpo.
Olho para as linhas de minhas mãos
que mais parecem caminhos pelos
quais já passei.
São tantas marcas em minha pele,
sinais!
E ainda me iludo com
o dia seguinte.
Quando penso ser mais feliz e
repletos de bençãos desejadas, me esqueço
que o caminho
trilhado estão cheios de gloria.
O que ha depois?
Terra, silencio!
Não!
Haverá muito mais ternura
lá adiante, muito mais do
que minha vã filosofia alcança.
Hoje me prego como alfinete
inteligente, galgando o tecido
tempo, falando, talvez, do que
defendo e acho que entendo,
mas, o que não entendo se desenlaça
ante meus olhos e minha mente, que de tão pequena,
 deixa sonhos para trás, ao invés de inventar
um depois.
Esperança não é algo que se vê, ou se escuta,
ou que esteja na palma das mãos.
Esperança é virtude de quem acredita
num outro amanhecer que não seja este
pelo qual lutamos todos os dias, que somem
ao cair da noite, quando estamos
inutilmente esquecidos de tudo,
e ainda assim sonhamos, parecendo-nos viver.
O meu futuro são meus créditos, créditos estes
não visto, não sonhados, mais cridos.
Que estão além desta visão que embaça, nada
que esteja tão longe do meu alcance, nada
que eu espere tanto, mais que esperados são
em minhas vagas lembranças,
Algo inexplicável como água
a escorrer sobre as pedras, nenhum motivo,
nenhum embaraço, só uma visão
magnifica do que virá.

Hertinha (Herta Fischer)







De 0 a dez.. 1

De repente... Nada!
Não sei o porque, mas
sinto que de nada
vale estar sentada aqui,
com essa mania de letras.
Me parece pura perda de tempo,
seria muito mais divertido
viver em conjunto,
poder estar compartilhando emoções.
Talvez o que faço, só
tenha importância para o
meu ego insistente
que de quando em quando desperta
e precisa  se exaltar um pouco,
sentindo uma necessidade imensa
de fazer algum
sentido para alguém,
mesmo que este alguém
esteja tão longe dos meus olhos.

Hertinha (Herta Fischer)

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Tudo tem o seu tempo

Hoje mesmo eu estava conversando com meu marido
e lhe dizia: - Pare de reclamar de tudo!
Olha para a tua mesa, não falta o que comer! Olha para a tua casa, só bençãos e paz! Porque ficar remoendo o estado do país, o estado dos outros! A condição alheia nunca poderá afetar aqueles que são movidos de esperança através da fé.
Tudo tem o seu tempo e tudo move segundo a vontade criada em nós, quando trabalhamos com alegria, quando não medimos esforços para alcançar o prazer além do prazer. Faça a sua parte, siga o seu ritmo, creia que o que você deseja aqui nunca o satisfará, a menos que deseje algo maior que tudo isto!
Meu pai lutou, minha mãe também, fizeram cada um a sua parte, viveram e se resolveram. E tudo permanece igual a qualquer tempo, difícil ou não.. Conosco não sera diferente!...
(Plante, colha e coma, esta é a sua porção!)
Herta Fischer.

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Puro êxtase

Estava frio, pelo
menos eu sentia a brisa
gelada penetrar em meus
pés e percorrer em meu corpo.
Já era tarde, eu precisava sair,
Entrei no carro, do lado, o motorista
rezava seus créditos, em um silencio
avassalador.
Onde me levava - a distancia percorria
meus ossos, com um alavancar tremulo de ousadia.
Fui olhando as paisagens que por mim passavam, abusadas
e melindrosas, caçoavam do meu jeito
de apreciá-las, quase que com saudade.
Não queria ir, mas precisava me ausentar
daquilo que chamava de vida.
O eterno levantar e sentar, como
se o preço
de viver fosse aquela misera
tarefa.
Ouvia nitidamente o som
do ar que saia das narinas do motorista,
que dirigia como
se fosse dono do espaço. as mãos cuidadosamente
apegadas ao voltante,  fazendo as curvas
milimetricamente estudadas.
Eu bem que queria tomar a direção, mas, tinha medo
de tudo.
Silencio total, nenhuma conversa, nada. Só o pensamento
aliviava um pouco a tensão.
Os pneus raspavam o asfalto, comiam-no como
quem come pão, o barulho do motor atiçavam as folhas dos
arredores, que, emblematicamente, dançavam a deriva.
As horas passavam, os metros de terrenos ficavam para
trás, e a velocidade não diminuía.,
O meu ser se arrepiava por dentro como
ouriços do mar, que se envolve em suas pedras,
para fugir de seus algozes.
Também fugia, não de gente, nem de lugar, fugia
da mesmice, Do levantar e deitar-me no mesmo lugar.
Queria estar num lugar diferente;: outros sons, outros sabores,
outros cheiros, que não fosse os mesmos de sempre!
O motorista trocou de marcha após uma curva acentuada,
a placa marcava um lugar onde a velocidade tinha
que ser reduzida, e o meu semblante desanuviou,
e o medo deu uma trégua.
O vento soprava quase que quente, cheio de suavidade
e odor. Um perfume delicado chegou-me
as narinas, e eu me transportei em seu navegar.
As coisas iam desaparecendo como
trigo a moer no moinho, outros prazeres, pouco a pouco,
enchiam meus olhos.
Cheguei ao meu destino, desci de meus devaneios, e novamente
me pus a pensar: - Quanta coisa existe além da minha toca!
Ouvi canto de pássaros que desciam para comer abacates
caídos ao chão, e as maritacas enchiam os ares com seus
gritos enfadonhos.
Um tucano de belas cores sentava em um galho a sondar
seus conterrâneos, Tão belo e tão arisco.
Ao ouvir o som dos meus passos, bateu asas e voou, passando
tão perto que me deu vontade de tocá-lo.
Fiquei abobada por alguns instantes, Tão bom estar ali,
entre as árvores frutíferas, cheia de vida e sustentação.
Lembrei-me então, do motivo de estar ali, fiquei um tanto
tristonha, quase a chorar.
Tudo a minha volta era vida, e toda vida fazia sua tarefa, só
eu me sentia inútil.
O dia se desfez como gelo no calor, e a noite se preparava para
acordar. A lua que dormia, despertou mais cedo que de costume,
mal  se aguentava por esperar sua vez.
E como um arco enfeitando a cabeça da noite, se aprontou e
saiu a passear.
Peguei um banquinho de madeira, o encostei na parede, sentei-me
como uma rainha em seu trono, espiando ao redor como avidez.
La ao longe o dia já acenava com um braço de cores maravilhosas,
e foi se despedindo aos poucos sem nenhum resquício de remorso,
Eu ali fiquei a conversar com os anjos, sem dizer uma só palavra.
No silencio da oração não falada, meu coração se aconchegou
nos braços da noite que chegava,
Os pontinhos brilhantes resplandeciam no céu, enfeitando aquele
momento sublime de puro êxtase. Entre o gramado já se podia
ver as pequenas e charmosas gotícula de sereno, que como
cristais vivos piscavam seus olhinhos ativos.
Tudo as escuras, só o céu fazia festa, Na mata, já se podia sentir
a confusão que se formava, quando os animais noturnos saiam para
caçar.
Olhei para o céu e pude observar as inúmeras fileiras das estrelas, algumas
em forma de cruz, entre outros aglomerados pontinhos, formando figuras,
 as vezes estranhas, noutras, compreensíveis.
Eu fazendo parte, como Adão em seu paraíso, sentado na relva a espiar
aquele espetáculo.
Se podia sentir a presença de Deus, a passear pelos pomares, com
suas mãos poderosas, incitando a vida, fazendo-á pulsar.
Estava um frio de congelar, talvez, por isso, a noite estava tão linda,
como uma figura encantada, sofisticada, vestida de luz.
Por alguns momentos eu fiquei muda por dentro, os pensamentos
se puseram a distancia. Era como se de nada mais precisasse, o mundo
estava perfeito.
Meu corpo ficou letárgico, as mãos formigavam, hora de me recolher.
Subi os degraus devagarinho, ainda sem acender as luzes, não queria
 ofuscar tanta beleza.
Abri a porta meio sem vontade, meu coração queria ficar, mas, meu corpo
reclamava por seu descanso.
Entrei debaixo da coberta macia, que me acolheu em seu calor, as pupilas
guardavam ainda em seu seio, aquele esplendor vivido, mas, cansada demais
para agir, fechou-se como uma flor dorminhoca.
Tão logo adormeci, para sonhar com as estrelas numa outra noite
de luar, num lugar tão mais remoto, longe de
tudo o que me dera até então.

Hertinha



















quarta-feira, 21 de junho de 2017

Nascer e morrer: - É obra para todos nós

Quão bom seria se a paz fosse consequência
de nossos atos.
Quão bom seria
trabalhar não só pelo pão.
Quão bom seria santificar-nos
na esperança
Quão bom seria
esquecer rótulos,
olhar pela magia do amor,
sem mumificar em nós mesmos
a decadência de querer
mais do que se precisa,
de buscar mais do que
se pode ter, de furtar dos
outros a dignidade de ser
o que aprendeu.
Hertinha (Herta Fischer)

Eternidade

Porque parar no escuro, quando
pode correr para as estrelas?
Confusão mental é patinar
sem conseguir se livrar
da lama.
Tão bom colher por ai,
sem medo
do que encontra,
Já que tudo é ilusão
de momento, porque
tudo passa, cada segundo
precisa ser dialogado, aceitado
como se não houvesse
depois.
Se aparecer alguém?
sempre aparece!
O que não pode
é fazer a eternidade em alguém ,sem enxergar
 a eternidade em si mesmo..
Hertinha (Herta Fischer)

Amor-corpo

Amor existe,
amor não tem fim,
nas promessas de vida
na continuidade
assim
Tudo num instante, nada no depois
depois é só um rumo
distancia a dois.
O amor dá-se nos olhos,
bate no coração,
rodopia no prazer,
acelera na
emoção.
Um vendaval que
destrói todas
as defesas. encobre mentiras
e vive de incertezas.
Ah! esse amor que desconhecemos,
chamamos, clamamos, nos
fartamos e desaprendemos.
Um dia sente, noutro não
há mais, Vira do avesso,
quando é incerto demais
Confundido é, desprezado e
amado ao mesmo tempo,
quando não faz o que se quer.
Só se torna bem resolvido,
em um corpo de mulher.
Hertinha (Herta Fischer)

Até que morra o dia

Estava eu a debruçar sobre
a trama da vida,
olhando de soslaio
as coisas que cresciam
ao meu redor.
Um cobertor de satisfação
cobria minhas horas exaustas,
que não se contentavam
em ver um fim.
Não havia nada fora de mim
que me acusasse, mas, dentro
um arrazoar de sentimentos obscuros
me aterrorizavam.
Olhava para a frente e só via
tempo, mas em que tempo,
ou até que tempo, poderia
seguir?
As pessoas se despediam um a um,
as passagens cada vez mais apertadas
não diziam nada, mal
cabia em si.
Olhava o futuro e o futuro
que seria?
Talvez o espaço, agora,
onde eu queria ficar, não queria
ver o tempo engolindo amor.
Não queria o sentido vazio.
Mas, de que me adianta o querer,
se não depende de mim?
O tempo se encarrega de tudo, o
tempo se encarrega da dor, mas, também
leva a alegria.
Talvez traga outras em outras formas,
mas, nunca o que levou!
Hertinha (Herta Fischer)




Eu vim para ser

Me vejo ainda
como um raio de sol
que se perde num horizonte
de luz.
Lá adiante, vejo o lampejar de
minhas idas e vindas
como algo que
de nada valeu.
Mas, ao olhar para
trás, rastros de saudade
preenchem todo
o espaço de minhas
ilusões.
Quanta honra houve em
meus dias passados, quando
a luz dos passageiros alumiavam
meu entendimento.
E crente de que tinha o melhor
sentia-me viva.
Mesmo com os veres de tesouros
que nunca chegavam aos meus pés,
meus tesouros
sempre foram vistos como maiores.
O que me abastecia não tinha
nome nem pronome, era como uma reluzente
andorinha que se exaltava apenas
por saber que voava.
Dentro da ternura de minha estadia,
estava um mundo cheio de marcas,
que me descobriam, que me faziam
importante e me levavam para
onde queriam, me fazendo a cada instante,
aquilo que eu vim para ser...
Hertinha  (Herta Fischer)


sábado, 10 de junho de 2017

Desrazão

Todavia
a ironia ia adiante
a se lamentar entre paredes.
Nada de nada, rumores
de felicidade.
Alegria, só quando se ria
de coisas bobas,
na hora da certeza, só
canseira sem necessidade.
Matar-se aos poucos, nem
é preciso, se morre assim
mesmo.
Lava, enxuga, se molha,
enxuga novamente, e a chuva
vem, e a seca se instala em sua hora,
tudo na mesma, doze horas
por dia.
E o dia não se cala, e a noite
não se abala, ruma na intenção
de ser o que tem de ser.
Vamos e voltamos, eternidade
de passos, quantos a se contar,
e muito mais a se andar.
A pele a se secar mais ainda o
novelo a se enrolar na ilusão
de se acabar.
E ao se findar, sem desconfiar,
nada a reclamar, tudo
se torna o quê?
Corpo inerte, alma
morta, bravura, tortura,
ou posicionamento
de mais uma etapa
a vencer, sobre
outro aspecto
do viver, sem nem
sequer saber, que, ou
quem era ou será!
Herta Fischer  (Hertinha)

Insonia

Ela ainda estava ali, deitada
na escuridão, como
uma desvairada mulher
que não consegue dormir.
Olhos abertos,a olhar sem cor,
imaginando de todo, coisas qualquer.
Do lado, seu marido roncava, sonhando,
talvez, com uma nova vida,
Tudo lhe parecia opaco, na escuridão
que a dominava, que vida tão densa,
impossível ultrapassá-la.
Seria possível dormir e acordar
pela manhã, sendo outra pessoa?
Olhava sem ver, sentia quase  que
como uma estrela cadente, despencando
nas paredes do nada, sobre olhares curiosos
abaixo, pedintes de não se sabe o quê.
Sorte, que sorte, seria morrer aos pedaços.
Sentia que não podia mais manter
seus olhos abertos, que de quando em
quando sobre a falta de luz, se formavam
pontinhos coloridos sobre as íris fechadas.
Isto é o que prometeram?
Esta é a promessa da vida?
Levantar pela manhã a preparar
café, passar o dia alisando coisas,
e na hora do descanso, sentir-se tão
cansada e não conseguir descansar.
Não podia se levantar, se assim o
fizesse, ficaria mais desanimada,
O silencio a secaria por dentro,
e a solidão a esmagaria como
uma semente socada no pilão.
Seu corpo não aguentava o conforto
da posição, sofria no silencio,
e incomodado, não a deixava em
paz.
Se virava quase que automaticamente,
de la para cá, de cá para la.
Os olhos pareciam pesar mais que
uma tonelada, e seu corpo também pesava
como peso de uma pedra, e o marido
nem notava. estava a dormir como
um anjo.
A noite parecia não ter fim, era mais
que eternidade, Uma hora parecia meses.
Torcia para que chegasse o dia, só assim
descansaria daquela insonia que a amava.
E foi assim, de tanta insistência
que seus olhos se fecharam, a noite
deixou marcas escuras debaixo de seus olhos,
e mesmo assim, ninguém percebia
ao nascer do dia.
Ao trabalho, como sempre, esquecia da noite
mal dormida, até que, novamente,
a tormenta começasse nos arredores
do silencio, no descanso das coisas.

Herta Fischer (Hertinha)







sexta-feira, 9 de junho de 2017

Resfolegar de ausência

Andando pela rua de cabeça baixa,
sem ter o que encarar.
Onde estão todos?
Caixa vazia.
Não tem olhar,
não ha amar,
só resfolegar
de ausência.
Sorriso cansa?
Não ha mais, as ruas estão
mudas, um
silencio decorrente
de medo? talvez!
Desconfiança,
autoconfiança.
Quem é quem?
As mãos abanando o ar,
a mente solitária e triste,
nem um som de cumprimento.
Não me veem,
não se veem
Um anel sem pedra, uma escora
sem rama
é o que nos tornamos
sem perceber
Quase que um automato,
quase que um anãozinho
de jardim,
Anda, se mexe
sem sentimento algum...

Herta Fischer  (Hertinha)


Orvalho nos olhos

Brota orvalho
em meus olhos,
já cansados de monotonia.
Clareia o dia
e.. ventania.
Claraboia rodeada
de nuvem fria
esperando que sorria
E é só mania
de querer
o que não podia, e a
vida se estendia
como quando
se inicia, é
tristeza e alegria
todo
dia, todo dia.
Só medo
e covardia.

Herta Fischer  (Hertinha)

quinta-feira, 8 de junho de 2017

Tudo certo

Nascemos da corrupção,
por isso estamos tão
dispostos a troca.
Tive meus momentos de duvida,
no desconforto de me ver como
coitadinha no mundo.
As pessoas me pareciam "tão grande",
 mas tão grande, que quase me espremi
para caber onde vivi.
Ficava, muitas vezes, a sonhar
com o primeiro lugar, e nunca
ganhei o prêmio.
Nunca confiei naquilo que fazia,
mas não duvidei daquilo
que dizia.
Minhas palavras sempre convenciam,
mesmo que nem soubesse bem
o que queria dizer.
E assim se passaram os anos,
 a semente germinava dentro
de mim, E de tanto insistir,
cheguei ao ponto de entender
bem o que queria, e não mais
duvidar  de que podia.
Encontrei o meu lugar,
exigindo dos outros o meu espaço,
Não me vejo melhor do que ninguém,
mas, também não sou pior, sou
igual.
Por isso não sofro mais, entendi
o processo; tudo será como
tem que ser.
No meu dia, no seu dia, nada foge
de seu destino. Tudo certo!

Herta Fischer  (Hertinha)




Mundo reduzido

As vezes contestam minhas elucidações
por me verem pequena,
De fato, o sou.
Vim da pobreza, de um lar
cujo começo, foi de uma gastura
total.
Esse dom que  tenho, pode
parecer pouco aos olhos de muitos,
mas se conhecer a minha historia, verá
que não vem de mim, e sim, de
uma força maior que me faz.
Essa mente que carrego, é muito
simples, nela não caberia
nenhuma complexidade, as vezes,
eu me pergunto, de onde vem
essa minha mania de escrever.
Essa mania que eu tenho
de buscar respostas.
Vivo em meio a tantas dificuldades,
que me parece irreal, o fato, de
me expressar em palavras.
Tão difícil fazer do pensamento
algo para que outros possam refletir.
Não digo que sei, mas, posso dizer que tento.
Só não me peçam para dizer algo memorável,
com palavras sofisticadas que não cabem em
meu mundo imaginário.
Ha muita imaginação, mas poucas formas
de dizer.
Vivo num mundo reduzido, sem mesquinharias,
um pouco dona de mim, um pouco além das posses.
Não sou corrompida pelas coisas, coisas são
necessidade, e a minha necessidade não vem
do que se tem, pois, o que se consegue na vida, só vale
por alguns instantes, desgasta-se, assim como se desgasta
meu corpo. Trilho o caminho da eternidade,
tão complexa para os viventes, e tão simples para mim.
Herta Fischer  (Hertinha)



O agora é eterno

Nada é mais duvidoso que
o dia seguinte,
parece um menino peralta,
pregando peça na  alma gente.
Só confio na hora exata,
quando sou completamente capaz de
sentir que ainda vivo, que
ainda faço parte do momento.
De resto não tenho esperança.
O agora é meu amigo,
no agora confio, só do
agora, me lembro,
só o agora me reflete.
O passado se foi, o futuro ainda
não veio, portanto, o que me
consola é ver o tempo brotando
á minha frente como um
botão virando flor, mas, ainda
não sabendo em que tempo se findará.
Hertinha (Herta Fischer)


quarta-feira, 7 de junho de 2017

Inspirando-me

Inspirando-me na vivência.
No sol que aqui sublinha,
em vestes cintilantes, ante meus olhos
carentes.
No vento que atravessa
janelas e na porta bate
ao amanhecer, trazendo
acordos entre o
pensar e eu,
que somos a medida
de vida, que juntos
vivemos, quase que
sem perceber.
O sol, a lua, a divindade
encoberta,
a descoberta de mim,
Que sou, se sou menos
que tudo que vive,
pois todos sabem
bem o que fazer, só eu
me lamento diante
do que ainda me cabe
entender.
Pois o que descubro
são só sombras de outro,
nada a complementar.
Só essa linguagem
é somente minha,
quando em palavras
descrevo-me em linhas!
Herta Fischer  (Hertinha)

Liberdade em contexto

Livre no tempo
das palavras, no
conformismo do saber
o que todos já sabem.
Se sabe, eu
Se sabemos nós.
Nos viés em causa
inacabada,
de sonhos sonhados,
de mente rebelados,
sem malicia, aliciados,
na conveniência, mais
que cercados.
Sem começo nem fim,
apenas o que se sabe,
até quando?

Herta Fischer  (Hertinha)

Consolo

Me vesti de seda,
ao despertar a aurora,
quando então me vi nu na despedida
do dia.
Ainda quis seguir como quem vagueia
no escuro, com as pontas dos dedos
tateando, as pontas dos pés
freando o absoluto das
fontes, onde se bebe argumentos e
se vomita sobriedade.
Nada é tão cruel como acreditar no amanhã
que nunca chega, nem nos milagres
do dia seguinte, A primeiro
que se chegar lá!
Herta Fischer (Hertinha)

Satisfeita em mim

Quando eu olhei para o lado, todas as minhas ideias sumiram ante
os ideais que se viam.
Não havia mais precipícios em mim, nem coroa de verdade,
nem nada que pudesse me dizer que tinha
algum poder sobre a vida.
Em qualquer direção para qual olhava, não havia nenhum
lugar para descansar de meus sentimentos adversos, nem
regalia a mostrar-se do outro lado.
Insistiam em mostrar-me seus caminhos fartos de misérias.
Eu, simplesmente, dei meia volta, não queria ser outra coisa, outro fato, nem outra historia que se fazia sem mim...
Se pudesse estar lá por inteira, por intensão de quem acredita, lá eu estaria, Porém, meia verdade não me atrai, nem meia mentira, nem meio ser, meio não ser.
A solidão me satisfaz por ser a melhor companhia,
a unica que não desbota minha sensibilidade, nem corrompe
meus pensamentos, nem suga a energia de pensar. pensar por mim mesma..
Herta Fischer (Hertinha)

terça-feira, 6 de junho de 2017

Esquecimento

Dia triste quando me derramei feito
chuva de frente fria.
Uma enxurrada de duvidas permeava
a descida dos meus sentimentos.
Você me encarava como quem encara
uma novidade, para depois deixar-me
apagada num canto
incerto.
Dei-me de todo, não sobrava
nada em mim que não fosse seu.
Minhas noites celebravam
sua imagem, quase que como um deus
pagão.
Vagava em meus sonhos sem
pedir licença, me arrastando
á um mundo sem volta.
Era você somente a mostrar-se
em meus dias, quase a apagar
outras historias.
Quase a apagar o bem que vivia em mim.
 dono do meu querer,
juiz e carrasco dos meus desejos.
Precisava acordar e tirar-te da minha mente,
precisava desesperadamente te esquecer.
Com o ego fraco e a vontade adormecida, só
me restava as lágrimas e desespero.
Eis que naquele imenso aguaceiro
de dor, abriu-se o sol de um novo amor,
me tirando daquele estado de torpor.
 Outras imagens apagaram as suas,
sonhando outro sonho que não
era você e tudo recomeçou
novamente.

Herta Fischer  (Hertinha)



segunda-feira, 5 de junho de 2017

O meu lugar

Não ha nada além do que vejo,
nada a declarar sobre o
que ha além do meu leito.
A água fica onde ha como correr,
o mar esta encarcerado em
seu lugar, não
pode transpor o limite,
E eu, assim como todos: sou
o que vim para ser.
Não é por acaso que escrevo, não
é por acaso que encaro toda
essa arrogância de achar
que posso, mesmo sendo analfabeta
total referente a muitas outras coisas,
assim mesmo, a  vaidade de existir é que me faz.
Herta Fischer (Hertinha)




Ruídos no silêncio

Eu gosto de ruídos, aliás, convivo com ele a algum tempo,
um zum zum dentro do ouvido não me deixa em silencio.
Por isso a chuva no telhado é mais que uma canção,
o vento uivando lá fora é musica.
O som de uma simples folha se desprendendo
de seu leito me faz feliz.
Já terei silêncio o suficiente quando me baixarem
a terra, e por enquanto, que cantem as cigarras, que
gritem os grilos, que se lamentem as folhas ao despregar-se,
que se vente bastante, que se fale de tudo, que se esbaldem
os ruídos.
Herta Fischer (Hertinha)

Silencio a dois

Oi amor.
Eu pensei que sempre
seria o mesmo, até perceber
que o tempo une, mas,  na vaidade
se distrai.
Teu real interesse estava na juventude
que me alimentava, na boca que
jorrava perfume.
Enquanto tudo se fazia no
dia-a-dia que abruptamente
nos engolia, sua missão
ficava cada vez mais fraca.
Teu olhar se entornava em outras
direções, e seu querer, de mim,
 se afastava.
Embora ainda me quisesse, quando seu corpo
pedia, não era mais eu a despertar interesse,
mas, sim, a vaidade que lhe atribuía afeição.
Ficamos lado a lado, como
dois seres inanimados, que se mexem
por comodismo, que se aceitam por
conveniência, apegados somente
pelo compromisso.
Onde foi que nos perdemos?
Não nos perdemos um do outro, mas
nos perdemos em nós mesmos. quando
a emoção se foi,
Ficou a amizade, o silêncio conta tantas historias,
e o coração solitário pulsa aqui e ali.
Não restou mais nada daquela quentura,
quando ainda te esperava pela tarde, e meu
amor chamava por você.
Ainda fala de seus atos, daquilo que lhe agrada,
mas, de mim, do que eu sinto, não lhe interessa mais.
Estou, sempre estou, mas não faz nenhum
sentido, pois seu interesse mudou, ou
foi eu quem mudei?
Herta Fischer (Hertinha)






Obsoleto sentimento


Cheguei ao entardecer
quando a auréola  do dia se desfez
 em nada.
Preguiça tinha de ver,
de sentir
o que já não tinha
Deixei, talvez, lembrança,
mas, que sei eu?
Não posso ver o
que o outro sente,
a não ser que me digam.
Mas, do que esta
na distância, do
que imagino sem som e sem
memoria?
Falou do que sentia,
e a brisa do seu falar
me trouxe redenção, até
que o ir embora foi
sua ultima palavra.
E esse silêncio ainda me
incomoda e não me dá sossego,
Quero saber se já não pensa mais em mim.
Se ainda se lembra do que sentíamos, ou
o tempo é mesmo tão cruel, a ponto
de trazer esquecimento total.
Tão obsoleto é esse sentimento
que insiste em ultrapassar medidas,
que de memoria ainda vive, e não
quer te esquecer,

Herta Fischer (Hertinha)




sexta-feira, 2 de junho de 2017

Seria inverno?

O céu tão brincalhão
está a fazer serão
e as nuvens suspensas
a radiar inspiração,
brincando
de pega-apega
cheia de paixão
vai e vem
com muita disposição
A chamar pelo sol
de verão
que só chegará
na próxima estação.
E o meu coração
tem a sensação
de que não
chove não!

 Hertinha Fischer
:D

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Criando saudades

Solitária e triste está a minha
janela, aberta para seu dia chuvoso.
Tantas historias se
desvendando por ai, tantos
segredos sendo engavetados,
e eu aqui, completamente
alheia a tudo.
Minha alma se consome em nostalgia,
querendo viver de passado, querendo trazer o tempo
escorrido pelas mãos, a novamente fazer o feito
que se deixou para trás.
Não é saudade de amor, não é saudade
de mim,. É, sim, saudade dos
passantes que já se foram, e me
deixaram sem querer.
E sem querer eu também passei á passos largos,
e não sou mais quem eu era, fui
descobrindo por mim mesma, a maneira
de passar e deixar rastros na memoria,
que aos poucos também se vão.
A chuva traz em si, lembranças.
E sobre esta lembrança eu crio saudades.
Herta Fischer  (Hertinha).