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Luz azul

  Quando olhava o que ele fazia, ficava extasiada. Era capaz de fazer qualquer coisa andar, especialmente, quando manejava seu tempo. Era me...

terça-feira, 23 de maio de 2017

Alheia a tudo

Cá estou novamente para falar das mesmas coisas,
as vezes me sinto um tanto inútil, aliás, tudo é uma dimensão de
futilidades. Uma ilógica maneira
de ser vista, e talvez, apreciada.
Poderia fazer alguns versos, alguns poemas, mas,
estou um pouco murcha, quer dizer: um tanto
letárgica.
Não consigo sair deste meu modo de viver, de ver as coisas,
quase como uma lagarta em seu casulo, tão alheia e ao mesmo tempo,
viva e vibrante..
Acho que não aprendi como se aproveitar das coisas, Muitas vezes, penso
em mudar minha direção, me alegrar com as coisas banais, mas, não
consigo, Fui feita deste jeito, e desse jeito, morrerei.
Gostaria mesmo de ter desejos, de conquistar mais, de não ficar
parada neste meu mundinho de faz de conta, assim como muitos,
que se enfeitam por fora, só para poderem ser vistos por dentro.
Sempre cultuei a felicidade constante, sempre defendi as alegrias por nada,
pois não me encontro com aqueles que pensam que felicidade é
sair por ai, gastar tudo que tem, e de novo,
buscar um pouco mais para continuarem gastando sem parar.
Meus dias são chatos, isso eu não posso negar, mas, por dentro
a iniciativa de crer me faz bem, de saber que daqui não tiramos nada,
exceto aquilo que comemos e bebemos.
Todo o prazer do homem consistem em beber, comer, e satisfazer seu corpo,
no resto do tempo é só canseira e enfado.
Em fogo esta a minha alma, fogo que nunca se apaga, há! como eu gostaria de poder
sair po r ai, sem documento, sem mochila nas costas, sem ferramentas, nem nada, só
para ter o prazer que o homem não consegue ter em todo o tempo.
O meu ventre está cheio de tesouros que aqui não são encontrados, tesouros preciosos demais para serem gastos em vão.
Tenho saído em busca de amigos, de companheirismo, porém, os corações estão cerrados,
com cadeados de incompreensões.
Como eu queria ter desejos, como eu gostaria de sentir satisfação nas coisas e nos
bens que aqui semeiam.
Porque já não ha homens piedosos, falam com falsidade uns aos outros, falam
com lábios bajuladores e coração fingido.
Assim minha alma se corrompe por medo de ficar sozinha, e acabo por entrar na onda, e
fico triste comigo mesma, e me sinto mal. Então, prefiro a reclusão da minha casa,
onde o silêncio canta, mas  a alma se recusa a dançar.

Herta Fischer (Hertinha)





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