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Ciranda noturna

  E as formosas tardes, roubando o encanto da manhã, A sorrir sol entre as árvores Meu recanto, colorindo a relva com giz amarelo. E a luz s...

domingo, 23 de abril de 2017

Na contramão

Até parece que eu falo sobre o mesmo assunto
todo dia.
Mas todos os dias são iguais, exceto
pela mudança no sentir.
Olhe para fora, no lugar em que vive,
o que você vê?
Por acaso alguém vive diferente?
Você vê mudança na forma de viver, só
muda as estações, ora: muito calor,
ora: temperatura mais amena. ora:
 frio,
ora: gelo. Então, do que mesmo
estamos falando?
Como posso falar de outros mundos, se nunca estive lá.
Seria levar você para um sonho, uma ilusão qualquer,
que desconheço.
Não posso falar de amor, se desconheço, ou saudade,
quando não sinto, ou, de vida, quando já morri.
Então, falo de terra, de caminho, de flores, de dias,
de passado, de lembranças, de sentimentos, porque
é disso que vivo.
E o que vejo e sinto, só eu sei. ninguém
pode olhar pelos meus olhos, a não ser o
que descrevo, mas, mesmo descrito, ainda é você
quem pode ver segundo sente.
Não tem como falar de coisas que não vivi, mesmo
que eu escreva sobre a vida de alguém ainda, assim, sou eu a criar,
segundo o que conheço, mas a maior
parte, ainda é sentir.
O sentimento move a vida, a vida move os sentimentos, e
nós existimos apesar de.
Eu gosto de alguém que talvez você deteste,  Ou você gosta
de algo que eu não gosto.
Assim é, que bom!
Pois se todos gostassem das mesmas coisas, algumas, ou varias coisas
já não existiriam.
Imagine você querendo virar o dia, porque o dia não
trouxe satisfações, e o outro, que esta vivendo seu melhor momento, segurar
o dia, que guerra não haveria?
É isso que está acontecendo no mundo: todos querendo e ninguém
pensando na mesma forma de querer.
Dentro de uma casa, quando cada um
quer fazer a sua lei, na obrigação de cumprir. Quem ganhará?
Se tornaria uma bagunça. A rosa pedindo chuva,
a margarida emburrada porque com a chuva sua pétalas
se fragilizam.
A raposa querendo ninhos, e as galinhas não pondo para
não perdê-los.
A aranha com fome, esperando pelo grilo que nunca vem, pois
cansado de morrer em teias, encarou mais cedo a morte.
O leão sem carne,  pois os preservadores dos animais, o colocaram onde
não ha o que comer.
Os navios cansados de enfrentar o mar se recolheram, o Mar enfadado com sujeiras
que nele jogam, não quer mais ser mar.
Veja que situação o mundo enfrenta, veja quanto mal ha em  pensar separado.
Muitas cordas esticadas, muitas mãos puxando na mesma direção. E tudo
indo, como se diferente fossem, sem ordem nem progresso, só sussurros
na solidão, e sofrimentos nas esquinas, e mortes vãs, e felicidade a deriva.


Herta Fischer   (Hertinha)









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