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Lá onde aconteceu

  Busquei em vão o que não achei, a maquina do tempo não funciona. Leva-me na alça de seu estalo Já foi, foi mesmo. Em que sala se entrega,...

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Razão para existir e morrer


Ultima do dia; - Tu que professas tanta
confiança no Criador que depois de criar, ainda ofertou a
segurança da vitoria por meio de Seu único filho, para restaurar o que estava quebrado, buscar o que se encontrava perdido, ainda corre atras de alguma coisa, como se ainda buscasse certeza?
Ao obter esta certeza, quando Deus plantou em mim, a fé, que não entrou em mim pelo meu querer, simplesmente, passei a confiar, de fato, que, até mesmo os meus filhos só chegarão onde Deus permitir, se Ele permitir. Foi então, que, meu medo foi embora, passei a aceitar tudo como certo, até mesmo aquilo que me fará entristecer, por não estar sobre meu domínio. Sou apenas uma peça, e como uma peça eu tenho que confiar no lugar onde me encaixo, entre outras peças que também se encaixam, cada uma em seu lugar, mas, que, lá, não ficará por muito tempo, pois, tudo que faz parte do todo em si, em algum momento terá que ser trocado, não significando que será destruído, mas reparado para outros afins, até que dele não se precise mais. porém, a força que sustenta tanto um quanto outro nunca terá fim.. em qualquer momento pode surgir sob outra forma de existir, num outro lugar, num outro aspecto, só o criador sabe e pode criar, fazer existir até mesmo o que não vemos. pois o que vemos tem limites. e o que não vemos, subsisti.
Herta Fischer

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Fugindo do predador

Ah, eu já me perdi bastante, me critiquei, me descabelei pedindo amor.
Agora quero voltar a minhas origens, não quero mais brincar de tirar pó dos meus acúmulos.
Cansei de ser prisioneira na gaiola de tantos sonhos, de tantos recalques, de tantas misérias.
Este mundo não me representa, então, não devo com ele afiliar-me.
Meu tempo representa muitas duvidas, e da dúvida eu quero fugir.
Brigar com homens, é o mesmo que tentar me safar de uma presa, que, com dentes afiados, procura cortar a minha veia artéria, para que sangre até morrer. Não! não poso deixar que isto aconteça. Antes, eu preciso ter cuidado. E o melhor cuidado, e destes me afastar.
Já dizia o Meu Cristo: - "Pobre do homem que confia no homem!"
E é assim mesmo que me sinto, cada vez mais pobre e mais inútil.
Não posso sair do mundo, mas, posso me livrar dele, posso estar aqui, não estando, posso me fingir de morta, assim, o predador irá se afastar, pensando que já morri.
Herta Fischer

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Pareceres

Ah, se todos fossemos iguais, 
assim como uma plantinha
qualquer, se pudéssemos nos molhar
com o sereno da noite e
juntos olhando para as estrelas,
pudéssemos nos tornar
únicos.
Sem aquela de que eu tenho razão,
você não.
Como se não bastasse o acreditar,
ainda se precisa dizer que não está sã.
Que na sua caverna ha borboletas, e
na do outro,
apenas morcegos a voar.
Herta Fischer

Ousadia

Que te importa a minha razão, ou
a tua?
Que te importa se você vai, e eu fico?
Que te importa a minha dor, ou o
meu amor?
Se no teu preconceito já me venceu.
Se um dia eu te encontrar em algum delírio,
lá onde a esperança mora, haverá de ficar
boquiaberta por pensar que lá eu
não deveria estar.
Pois soube bem me ver do seu jeito,
quando que, do outro jeito,
outro me viu. Na mesma esperança vivemos,
aceitando ou não os mesmos dogmas. Pois mais
vale a fé oculta da aceitação, que a gritaria
sem compaixão.
Herta Fischer

Fantasia

Se o céu fosse feito de cama, 
e as nuvens fosse as pessoas.
O mundo viveria feliz. Mas, de que vale,
 se de nós isso está tão distante?
Pra ser feliz... pra ser feliz..
O que mais é preciso?
apagar a vida?
Fazer tudo de novo?
Cada par com seu par, fazendo
suas crianças. Que não existisse nada.
Ou que existisse apenas eu e ele, ele e ela,
nós e o mundo, só, sem dores.
E dai? Onde entraria a doce esperança?
Eu gosto dela. Eu gosto de ritmo, e o ritmo
vem com a perda. E se nada perdêssemos, só ganho?
Onde colocaríamos as emoções?
Eu gosto de emoção, chorar, faz sentido, è bom
sentir que ha consolo, que há esquecimento, ou quase!
Herta Fischer.

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Os caminhos

Os caminhos são tantos, que, se,  a gente for analisar,
por onde ir, a mente fica confusa.
Uns dizem: é por aqui, outros ainda, é por ali!
E onde mesmo é o melhor caminho?
Como não ficar confuso com  tantas instruções?
É o mesmo que pegar um mapa e nele conter varias formas de chegar a um 
mesmo lugar.
Quando te apontam varias direções, é por não saberem, nem eles mesmo,
onde querem chegar.
Os mesmos, leem, leem e não entendem, então, na confusão deles, eles
mesmos se perdem.
Eu optei por confiar em Deus, no caminho que Ele me leva, eu vou.
Neste caminho não existe encruzilhadas, é perfeito e não ha confusão,
um caminho, sobremodo excelente.
Cristo nos alertou sobre os falsos pastores que não conhecem
 as suas ovelhas, e portanto,
estão tão perdidas quanto seus pastores. Andam de lá para cá, 
de cá para lá, sem rumo e sem direção.
A vaidade humana cobra seu preço, quando o homem pensa dirigir a si próprio,
e entra em discussão com a vida, dizendo: - Para que serve ela?
Se analisarmos friamente a nossa estadia aqui na terra, haveremos
 de chegar a triste conclusão: de que, não serve para nada, especialmente,
 quando achamos que ela acaba no tumulo.
Seria medíocre pensar que nascemos para morrer, e pensar que nada existe após.
Pois é um dormir e se levantar constante, dia após dia, meses 
após meses, anos após anos, sem
nos cansar.
Trabalhamos, compramos, trabalhamos mais, compramos mais, uma ciranda eterna, um
compasso contínuo, e sempre querendo mais.
Até que definhamos, e ficamos olhando o que  já fizemos, e,  diante do que já foi feito,  já não encontramos nenhum prazer.
Então, não haveria nenhum motivo para correria, se sabemos que o tempo, o nosso tempo se finda,
e se finda tão cedo. E outros comerão os acúmulos.
O que Deus nos diria?
Por certo, nos pediria cautela.
Não fazemos nós, o que todo mundo faz?
Aprendemos a falar, andar, escrever, ler, trabalhar, conseguir alimentos, vestes, moradia, e algumas coisas a mais.
Porque o resto já vem tudo pronto: o tato,  olfato,  visão, audição, paladar. Isto não nasce para o prazer como muitos pensam. isto é sobrevivência.
E é para sobrevivência que fazemos tudo conforme nos foi designado: pois diferentemente dos animais, precisamos de algo mais, que, simplesmente, caçar.
Os animais já nascem sabendo, mas, o homem, não, o homem aprende!
Embora também tenhamos instintos quanto a perigos, temos tão poucos instintos quanto ao viver.
Então, na falta de instintos, vamos seguindo a passos lentos, em conformidade com o desenvolvimento humano. agindo e reagindo as descobertas.
E passamos nossos anos a procura de satisfações, por pensarmos demais em nosso próprio favor. aproveitando-se de ideias alheias, pagando o preço por cada invenção.
E quanto mais invenções, mais trabalho haveremos de mendigar, pelo simples fato de querermos nos apossar de tudo.
Assim, sujamos o mar,  a água potável, o ar, o alimento, a vida.
Tudo o que precisamos se torna escasso, pela mania que o homem tem de querer mais do que realmente precisa.
Não vês os animais. eles apenas correm, correm o dia todo a procura do que lhes faz falta, o alimento, só o alimento lhes interessa. 
E só os mais fortes sobrevivem, a natureza escolhe os fortes, mas, mesmo assim, não elimina os fracos sem razão.. Os fracos servem os fortes. e os fortes se  reproduzem.
Para o homem, o que lhes importa é o poder, os poderosos são fortes, não pela natureza, mas, pela mania de  querer colocar outros em desvantagens, para que só ele viva bem.
Ele procura cada vez mais inventar modos de fazer dinheiro, pois dinheiro significa mais poder.
E precisa dos fracos para poder edificar seus propósitos, assegurar seu ego em alto padrão. Não se mistura com os pequenos, mas, sabe que precisa deles. e os alicia, sabendo que, também precisam sobreviver. e estão cheios de vaidades.
Ah, meus amigos! Eu sempre digo: - Se dependesse de mim, o mundo seria diferente. Muitas instituições iriam falir.
Nunca fui Maria-vai- com-as-outras.
Meus desejos são relativos, o que me satisfaz neste mundo não tem o mesmo peso para os outros. Eu me sinto realizada em mim mesma, quando aprendo, que, a vida é passagem, uma breve momento apenas, que não vale a pena andar a esmo, sem definir bem por onde andar. E o meu caminho eu encontrei na esperança de saber que nada levo, assim como nada trouxe.
Que a satisfação do homem é suprir suas necessidades, que o que passa disso é canseira desnecessária.
De que vale ser dono do mundo, se não terá tempo de conhecê-lo por inteiro?
De que vale fazer uma plantação tão extensa para outros comerem dele?
De que vale ganhar tanto dinheiro, quando vai lhe faltar água para beber. De que vale andar de carro para cima e para baixo, se vai perder o bom ar. De que vale tanta vaidade, se vai acabar perdendo a vida?
Então, a minha conclusão é essa: Não ha vários caminhos, só ha um! O da boa consciência!
Herta Fischer (Hertinha)























quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Sujeitos as leis

Como mera espectadora da vida, sim, espectadora,
embora também seja eu um ser, eu reflito sobre a humanidade
como se dela me apartasse.
Não vivo para mim mesma, embora, algumas coisas ainda me
entristeça em demasia, e meu espírito se agite como as ondas
raivosas do mar se agitam diante de uma tempestade.
Vivemos num sistema muito adverso, em meio á pessoas diversas,
seres naturais e espirituais.
Por isso é que se torna tão difícil ter auto-controle.
Quando recebemos de Deus, nós os gentios, digo, gentios,
porque éramos selvagens, antes de recebermos a graça
do conhecimento do verdadeiro Deus. Assim como no Egito, e em outras
comunidades antigas, existentes em outras regiões, eram todos adoradores de homens,
ou deuses fantasiosos.
Quando a graça nos alcançou por meio de Cristo,
e o Deus verdadeiro se tornou conhecido por meio de seus discípulos e apóstolos,
por meio da palavra a fé se propagou e adentrou o mundo como que, para união de
todos os que são chamados pelo espírito.
Assim, atualmente, quando estudamos a biblia como fonte de sabedoria,  encontramos alguns
conselhos ao qual repelimos por não estar de acordo com os desejos do homem natural, do homem que aprendeu a viver por si mesmo, fazendo o que mais lhes apraz.
E se colocam na defensiva dizendo assim: -Deus não quis dizer  isso! E encontra um meio para contradizer o que está escrito só para  se satisfazer.
Exemplo:
Problemas com respeito ao casamento em tempos de tribulação. 1 corintios 6, 7
Com respeito ás virgens (raridade hoje em dia) não tenho mandamento do Senhor ( se referindo a liberdade) porém dou a minha opinião: opinião de quem? ( do apóstolo de Cristo, Paulo) como tendo recebido do senhor a misericórdia de ser fiel.
Considero, por causa da angustiosa situação presente, ser bom para o homem permanecer assim como está.
Estás casado? Não procure separar-te. Estás livres de mulher? Não procures casamento.
Mas, se te casares, com isto não pecas; e também, se  a virgem se casar, por isso não peca,
Ainda assim, tal pessoa sofrerão angustia na carne, e eu quisera poupar-vos.
Tem alguns indoutos que dirão: como assim? de que época ele fala?
De qualquer época de tribulação; assim como a que estamos a viver atualmente, quando a maioria se preocupa consigo mesmo, não querendo assumir nenhum compromisso com a lealdade, e cada um faz bem o que quer, E sofrem, cada um a sua maneira.
Também em relação as drogas: Um casamento onde um  dos cônjuges  se entrega aos no prazeres de uma droga qualquer, correndo o risco de ficar dominado por ele, e se torna perigoso.
Então, isto é apenas um bom conselho; não significa proibição, Mas, se, mesmo sabendo disso, a pessoa ainda insistir em fazê-lo e depois se deparar com o sofrimento, nem haverá de reclamar, pois desobedeceu a este conselho.
Eu só falei deste caso, para que entenda, o quão precioso são os conselhos do Espírito, porque o homem "acha" que pode fazer de tudo, porque Deus é misericórdia, no entanto, ha de se ver, que a sua misericórdia está repleto de justiça,
Não farás isto, pois se o fizer há de morrer; e a pessoa desobedece e faz. Já não foi dito que morrerias, então, fez, já sabendo de antemão que morrerias. Isto é justo.
Ah! mas eu ouvi e não dei atenção ao conselho; fiz porque queria! Então, fez, sabendo da consequência.
Os conselhos ou ordens, ou ainda, preceitos, não foram escritos, simplesmente, para que o leiamos, mas, para que obedeçamos, a fim de obter vida.
Não é assim também nas leis dos homens?
Não matarás! Se por acaso desobedece esta lei, estará sujeito a condenação, e qual é a condenação, para este ato?  - o que foi estipulado pela lei, trinta anos recluso. Se o fizer sabendo disso, não haverá nada que possa falar em sua defesa.. Isto é justiça!
Ta vendo, são leis, devem se  obedecida. assim também Deus o faz.
É justo dizer, ou melhor, avisar, para que depois cada um assuma a sua responsabilidade de receber aquilo que merece.
Eu vejo, nos dias atuais, muitos falarem em misericórdia, como se a misericórdia fosse  justiça. E o é, só que a misericórdia precisa estar em concordância com a justiça. Meu filho errou, e deve ser visto com misericórdia; Onde entra a justiça?
Ela entra com a certeza de pagamento da divida. O que a lei fala sobre isso/ Ah,  alei pede que ele seja encarcerado por tantos anos. ou que doe um tempo ao trabalho voluntário! isto é justiça.
Ele praticou o delito quando desobedeceu a lei, e a lei era esta: não o faça, porque se o fizer, estará sujeito ao julgamento.
Se não houvesse lei, também não haveria castigo, mas, como é preciso haver lei, pois sem regras seria pior. Então, os culpados devem se submeter ao castigo determinado pela desobediência a estas leis.
Assim também se aplica as leis Divinas: quando Deus nos ensina a fazer o que Ele requer de nós.
Se nós não conseguirmos  fazer o minimo que é obedecer as leis naturais, que dirá das leis espirituais?
Ficamos focados em nós mesmos, nos fazendo de inocentes, mas sabemos bem o que é certo ou errado, justamente por termos sido alertados por Deus em Sua escrita, É pela palavra que Ele nos instrui, e é pela palavra que devemos obedecer.
Ah, mas eu não quero saber disso. Não acredito na biblia; ela foi escrita por homens, não existe verdade nelas, só foi escrita para que fossemos freados.
Tudo bem! é justo! Só que, deve pensar, que, tudo o que foi escrito te alerta sobre a consequência do descrédito. Já fostes informado disto. E quando chegar a hora do veredicto,  não haverá de falar em injustiça.
Se antes fostes informado, e mesmo assim seguiu o teu caminho, e se deu mal, a culpa não é de ninguém, a não ser de você mesmo.
Herta Fischer













segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Vivo dentro da história

Agora me vejo dentro da história.
Minha avó saiu da Romênia com a sua história
nos bolsos.
Meu avô saiu da Alemanha, ele e sua família já
formada, atravessou o Atlântico, trazendo, também, tantos
sonhos e esperança.
Aqui chegando, as coisas foram acontecendo para ambos, e
num determinado tempo, as duas histórias se cruzaram.
Meu pai nasceu deste encontro, e eis-me aqui..Acaso, ou destino?
Qualquer que seja a resposta, não importa, o que realmente faz diferença é que,
de alguma forma, destinos ou acaso se encontram, e se fazem, e se estendem.
A honra ao que se conquistou fez com que, fossemos incluídos no conjunto da obra
do destino.
Hoje, quando olho para trás ou para a frente, vejo o passado se fundindo com o futuro,
como que um ferreiro achando o ponto do calor faz o ferro derreter, e batendo com força, molda
a historia de cada um.
O genes vai se perpetuando como ramada em terra viva, levando informações na onda do tempo
e do espaço.
É incrível ser eu, poder me olhar e me  sentir como pertencente a este sistema tão complexo, saber que dentro de mim algo se criou, e cresceu, e nasceu, para novamente crescer, virar homem e se estender, mesmo  quando eu não estar mais aqui, alguém leva a semente de mim,
Mas, pra que a semente não morra, outras ramas foram formadas, se a minha um dia não mais se propagar, haverá a do sobrinho, a do primo, a do irmão, enfim.
 Herta Fischer.





Perder para ganhar

Sou uma fera que o tempo amansou, fui me despindo de meus egos, para,enfim, achar o meu lugar, Hoje ajo como quem pede desculpas ao passado e ao mesmo tempo agradeço pelos ensinamentos que o tempo derramou em meus caminhos.
Sei que algumas pessoas teimam em guardar algumas mágoas a meu respeito, quando as trevas ainda eram meu meio, lembrando que: trevas é falta de entendimento. Eu andava como quem precisava de defesa, e as vezes, me defendi tanto, que deixei alguns rastros de amargura em alguns lugares. Mas, creia-me, não sou mais eu mesma, sou desenho novo, E me resguardando do mal, sigo, agora, como quem tem nas mãos a arte de ser feliz e respeito pelas pessoas que vivem comigo. porque quando errei, eu errei sem intensão. ou com a intenção, apenas de me proteger, por achar, que os mais fortes vencem, e podem até vencer, mas ilusório pensar que aqui vencendo, o futuro será generoso. Muito pelo contrario, vencer aqui, pode, no momento, parecer compensador, porém, eu prefiro perder ponto na terra, para, enfim, poder ganhar o céu..
Meu tesouro está além da respiração...
Herta Fischer

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Felicidade não é assim tão facil

A menina tinha sede de viver,
no entanto, não sabia por onde começar.
Brincava com suas bonecas de plastico como
se adulta o fosse.
E embalada em sonho praticava sem saber.
Aqueles momentos sublimes, quando  fazia
sem pensar, era para ela, a gloria do crescer.
Felicidade era estar ali, conversando com o
imaginário, tudo conforme se queria,
nada a temer.
Conforme o tempo foi passando, isto
já não á preenchia.
Passou a fazer de fato, e com isto
 aprendeu, então, a sofrer.
Quando fazia de brincadeira, não era uma obrigação.
 agora, fazendo, de fato, se tornou aflição.
O que antes, nada lhe exigia, agora, lhe reprimia,
o que era  de brincadeira, passou a ser profissão.
E quando conheceu o amor, tudo o que ela desejava
era ser feliz, mas, passou a ser um peso aquela questão.
Por um lado, se satisfazia, mas em outra, lhe pesava o coração.
Entendeu que crescer não era bom.
Desejou voltar no tempo, e entendeu que não podia,
pois o tempo não retrocede, nem é de grande valia.
É seguir conforme ele determina, sem dó, nem piedade,
ele se inicia, até que se termine o dia.
Ansiosa demais pela idade, desejou que logo passasse,
não via a hora que se casasse.
Encontrou, então um bom moço,
e  logo se apaixonou,
e não demorou muito tempo, ela
engravidou,
E se viu um tanto perdida quando
a criança chorou.
Não é mais aquela boneca
jogada no quintal, agora a coisa
é seria, e isto lhe deixou mal.
O que que eu faço agora, falava com seu avental,
de pingos a gotas, agora tinha um temporal.
Cuidar de si era fácil, sem precisar trabalhar,
agora, era ela, ele e mais um para cuidar,
Não havia muito tempo nem para poder amar.
Tudo era afazeres, nada de prazeres, só casa,
mamadeira. e canseira.
 Herta Fischer









quarta-feira, 14 de setembro de 2016

A videira e seus frutos

È...
As vezes, o que quero mesmo dizer, eu não digo,
para que não me considere louca aqueles que insistem
em esperar em vão.
De que vale passar a vida inteira esperando por um
amor digno de nosso mais íntimo desejo?
De que vale pleitear riquezas, tirando até o anel
do dedo alheio só para mostrar que  se tem, se não
sabe nem se existirá um amanhã, nem quando
seus dedos serão arrancados do seu dia?
O mais sábio não poderá escrever no coração alheio, o seu saber.
Nem fazer, com que, os supostos ateus, olhem para a simplicidade de
Deus e o aceite como verdadeiro.
Porque até mesmo os deuses são a vaidade dos homens, Não o
aceitam porque é, aceitam-no para obter vantagens; seja para uma boa colheita,
seja para se safar de calamidades.
Para aceitar um Deus, é preciso apenas aceitar, sem definir ou esperar,
Não é preciso lhe construir um altar, nem dizer: Deus está aqui, nem esperar
que outros entendam a sua fé, e acabem agindo igual.
O madeiro, ou serve para o fogo, ou para qualquer outra obra qualquer, assim
também somos nós, cada um em seu lugar, fazendo o que todos fazem..viver.
Como uma andorinha faz seu ninho no verão, Assim também os homens constroem
no tempo da juventude, para depois, quando o inverno chegar, e junto com ele,
a velhice, não fiquem tão
desamparados e só.
Haveria muito mais comunhão entre os homens se eles concordassem em alguma coisa, e
que, juntos, se elevassem na espiritualidade que apenas se aceitam, e aceitem também a ordem
natural do próprio Deus a quem dizem amar.
Ninguém pode mover um dedo para contradizer uma ordem maior. E o comandante dá as ordens, sem ser preciso que seus executores repassem um ao outro, porque se fosse assim, quando a ordem chegar ao último, já estará deturpada, e não será mais a mesma.
Eu defendo o meu território e outros defendem  a sua, cada um a sua maneira, mas, no fundo, somos todos iguais no medo.
Temos mania de querer ser maior que o outro, queremos, porque queremos, nos igualar a Deus, fazendo com que outros nos vejam como super-heróis. Aquele que faz mais que os outros: - levo você a Deus!
Quem somos nós?  frutos da mesma videira, colhidos na mesma época pelo agricultor, mas, nem todos se salvam, alguns hão de apodrecer ainda mo cacho. Porém, o que se salva leva a mensagem também do que se foi, pois igualmente são...
Esta é a resposta: O criador é criador. Cabe a ele, exclusivamente, cuidar de sua criação, e a criação
esperta, confia e espera, não só o bem para ele, mas para, tantos, quantos, o criador quiser.

Herta Fischer











Vaidade das vaidades

Vaidade das vaidades, diz o Eclesiastes, vaidade das vaidades! Tudo é vaidade.
Que proveito tira o homem de todo o trabalho com que se afadiga debaixo do sol?
Uma geração passa, outra vem; mas a terra sempre subsiste.
O sol se levanta, o sol se põe; apressa-se a voltar a seu lugar; em seguida, se levanta de novo.
O vento vai em direção ao sul, vai em direção ao norte, volteia e gira nos mesmos circuitos.
Todos os rios se dirigem para o mar, e o mar não transborda. Em direção ao mar, para onde correm os rios, eles continuam a correr.
Todas as coisas se afadigam, mais do que se pode dizer. A vista não se farta de ver, o ouvido nunca se sacia de ouvir.
O que foi é o que será: o que acontece é o que há de acontecer. Não há nada de novo debaixo do sol.

O que foi é o que será: o que acontece é o que há de acontecer. Não há nada de novo debaixo do sol.
Se é encontrada alguma coisa da qual se diz: Veja: isto é novo, ela já existia nos tempos passados.
Não há memória do que é antigo, e nossos descendentes não deixarão memória junto daqueles que virão depois deles.
Eu, o Eclesiastes, fui rei de Israel em Jerusalém.
Apliquei meu espírito a um estudo atencioso e à sábia observação de tudo que se passa debaixo dos céus: Deus impôs aos homens esta ocupação ingrata.
Vi tudo o que se faz debaixo do sol, e eis: tudo vaidade, e vento que passa.
O que está curvado não se pode endireitar, e o que falta não se pode calcular.
Eu disse comigo mesmo: Eis que amontoei e acumulei mais sabedoria que todos os que me precederam em Jerusalém. Porque meu espírito estudou muito a sabedoria e a ciência,
e apliquei o meu espírito ao discernimento da sabedoria, da loucura e da tolice. Mas cheguei à conclusão de que isso é também vento que passa.
Porque no acúmulo de sabedoria, acumula-se tristeza, e que aumenta a ciência, aumenta a dor.
Eclesiastes 1:16-18

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Liberdade Liberdade

Eu já me encontro forte, livre, mas não estou cheia de gente de bem por perto, nem sei tanto sobre o amor, á não ser do que posso.
E da vida, quase nada. Chegarei, sim, no futuro, que pode ser amanhã ou nunca.
Faço das minhas limitações uma festa de descobertas, e convido a todos que já amei, a entender os meus registros como quem morre de saudade.
Herta Fischer

Mudou, por quê?

Quão belo é o silêncio,
tanto, quanto,
 uma for perfumada.
Este delírio que ainda me resta,
na loucura que em mim faz festa, ainda  dou credito
ao amor.
Só não gosto daquele que passa sem me olhar.
Não é preciso amar, não é preciso falar,
só um olhar já me basta.
Onde encontro o amor por ainda acreditar?
Nos olhos dos animais, talvez, ou daquele que ainda
precisa?
Será que é pedir muito, não é por mim, é pelo
que ainda sinto aqui dentro.
Não estou segura em nenhum lugar. Não existe
mais prazer em passear no parque, em andar de mãos dadas
com alguém, em dizer; eu te amo, sem precisar ter, ou
se dar.
Cadê aquele olhar de paquera, aquele friozinho na barriga,
aquelas flores recebida numa noite de luar?
Por onde anda o romantismo?
A serenata suave a cantar em minha janela?
O coração a bater em disparada, o beijo roubado,
a espera por mais um dia, quando o encontro acontecia?
Os versinhos no bilhete, o amor exemplificado nas palavras,
o fim de semana tão esperado, o amor esperando para acontecer.
Hoje tudo está tão mudado.
A carroça leva os bois, o arado puxa os cavalos, e quando se vê, já foi.

Herta Fischer


Do azul só cinzas

Eu preferia um dia de céu claro,
ainda carrego em mim, dias cinzentos e miúdo.
Pensei pertencer a algo sério, pensei que os homens eram
bons.
Mas, ao crescer em mim mesma, descobri a impureza nos atos,
a incerteza do amor, a cama manchada de dor, e
os lamentos em meu cobertor.
Sangrei a esperança, a espera de que esparramasse alegria,
e só vi nos olhos dela rancores disfarçados.
Não gostei de crescer. preferia ainda estar lá, pequenina criança
cujos olhos eram tão puros, Não a esse que agora carrego como
peso em minha vida.
Os muros me cercaram, embora não haja silêncio em seus rodeios,
gritos e uivos dos desamparados, atravessam seus pilares.
Me atingem, eles todos, por não poder mais falar, nem arrancar do seu
peito a sua dor.
Lá vai ele com sua mochila nas costas, a cheirar seus devaneios, em tortura
e insensatez.
E o desamparo é total, a alegria escassa passa por entre seus dentes, a ranger
desatinado. Como estralos de foguete, na mancha já suja do céu, se transforma
em seu próprio inferno.
Tudo era para ser lindo: a vida, a vivência, o querer e a querência. Até tudo
se acabar de todo.
Lá vai ele, como quem segue sereno, mas, lá dentro, só Deus sabe!
Sonhou com uma casa, uma família que lhe amasse. E até teve por alguns instantes,
até se encontrar com o naufragado e também se tornar um.
O tempo levou seus amores, seus projetos, seus senhores, e o que lhe resta agora
é dor e desespero.
Marginalizado e desprezado, segue como quem não tem nada, só pó a lhe consolar.

Herta Fischer


segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Não vivo dentro do outro

Estou prestes a mudar de vida.
Já me inclui como perseverança,
sim, perseverança, Não vou brigar mais
comigo mesma, nem me atarracar a razão.
A gente precisa chegar a conclusão de que
não carregamos a certeza, de que certeza falamos?
Não faças aquilo, não toque naqueloutro. tudo
é perecível. De nada adianta se fixar em miragem.
E o que é a vida no mundo? senão miragem!
Ontem eu estava triste por um motivo qualquer,
como se o mundo estivesse de mal comigo, e Então,
me vem o passado com sua cruel historia.
Lembrei-me dos espinhos, das dores, das falsas amizades.
E aprendi que isso tudo não existe, o que existe, é o
que os humanos fazem, na disputa pelo melhor lugar.
Eu sei, que, de nós mesmos não aceitamos tudo, sempre queremos
mudar algo, e sempre olhamos para o outro como inimigos.
Ora, pela beleza, ora pela postura, ora pela inteligência, ora,
pela elegância, e mais vezes ainda, por não  conseguirmos
olhar para nós mesmos.
Se tivéssemos olhos fora do corpo, se pudéssemos nos ver por inteiro,
sem precisar de espelho, provavelmente ficaríamos com inveja de nós mesmos.
pela  incrível capacidade de ver o que esta fora da gente, com olhos saltitantes de luxuria.
O que vai por dentro dos outros, ninguém conhece, E a imaginação nos leva a vê-los
melhor . E o desejo de não ficar para trás, faz  com que desejemos
que o outro, no minimo, fique num degrau a menos.
Viver, viver a gente quer, mas de preferência, que todos sigam a nossa própria receitinha,
porque se nos traírem de alguma forma, mesmo que não seja grave, a gente vira bicho.
Não somos sol, somos estrelinhas, mas igualmente queremos brilhar, porque não descartar
esta mania de certeza.
Vou procurar me acertar comigo mesma, sem aquela de ficar espreitando o outro como presa
de minha própria ilusão.
Entre rosas e espinhos escrevi minha história.
Entre sorrisos e lágrimas alcancei muitas vitórias.
Pedras e flôres, falsos amores,
verdade e mentira, calmaria e dores.
Entre silêncio e canções,
vendavais e furacões.
E no temporal que se formou
entre raios e trovões.
E em ramas e ramadas, enroscando e enroscada
Fiz do amor todo o meu mundo
e da saudade, minha estrada.
Fui cativa e cativada,
amei muito e fui amada.
Até tudo transformar-se em fumaça
e virar quase que nada.
Até quando verei esse céu?
Até quando provarei desse mel?
Quando é que virará fel?
Todo o meu futuro já virou passado.
Todo meu segredo já foi desvendado.
O arco-íris perdeu suas cores.
Cansei dos falsos amores.
A chuva parou
O jardim secou
Chegou minha hora
Até logo, vou embora.
Autora: Herta











A solidão do nada

Lá vou eu, mais uma vez.
lançar-me no dia como flecha.
Hoje me deparei com mais um vicio,
reclamar de tudo.
E dei uma gargalhada estridente, ao chegar a
conclusão, de que, de nada adianta espernear,
fazer cara feia, e achar que, reclamando,
a gente consegue o melhor.
Falei muito em velhice nos últimos dias,
cansei as teclas da memória para lançar
meus rancores. E só consegui
ficar mal.
Faço criticas e nem sei bem o que estou dizendo,
Dou conselhos, e não sei bem como me dirigir.
Não quero mais me sentir culpada por tudo, quero silêncio
em minha alma. Quero colher o que a vida plantou
em meu quintal, e comer com alegria cada porção.
 Raramente olho pela janela e vejo flores, só muros a
nos espreitar,
Tudo fechado e atarracado em cimento. E o que ganhamos?
Solidão!
Dentro dos muros também pode haver sol, ele sempre da um jeitinho
de sondar as brechas, e entrar.
Porque somos tão duros, com os outros, e com a gente, como se
pudéssemos escrever a historia de vida que vive na imaginação?
Não, não é assim que acontece.
A terra nunca se intrometeu no crescimento das flores, nem se incomodou
com o frio, o com o verão. com o vento, ela apenas se deixa acontecer, e se regala
na surpresa da vida.
Nos acostumamos com a realidade, e dela queremos fugir. Não se foge
de um tiro certeiro.
Sonhar é bom, eu sei. Mas, ter os pés no chão é melhor ainda. Há menos sofrimentos
na aceitação.
A hora seguinte esquece da hora passada, e o relógio segue feliz marcando no compasso,
Assim é viver. É estar preparado para o que vier.  É seguir como quem já viu de tudo,
é aceitar as coisas como elas são..sem ficar demasiadamente surpreso com a mudança
de estação.
Tudo neste mundo se faz necessário até que tudo termine num dia qualquer, quando, nem
mais inverno, nem mais verão, só a solidão do nada.
Herta Fischer







domingo, 11 de setembro de 2016

Balanço de fim de carreira

"Eu quis apenas ser eu, esquecendo que outros também quer o mesmo..."
Eu marchei como se fosse plena, como se ninguém me bastasse, como
se o mundo fosse posse minha, e me deparei com a ignorância de mim, e agora, no enfado, construo meus dias, e em lamentos faço minha cama todos os dias.. e só ha espinhos nela,, "
Me desculpe,,, mil vezes peço desculpas!
Por fazer somente o necessário,,,para
o extraordinário estou sempre com preguiça!
Se eu nem sei bem o que fazer nesta vida, porque iria, eu, querer nascer de novo num outro corpo sendo uma outra pessoa?
Eu busco aqui ser um tanto melhor, apesar de me saber imperfeita.. Se setenta anos não bastam, então, nem um milhão bastaria!
Não creia no que os seus olhos lhe dizem. Tudo o que mostram é limitação. Olhe com o entendimento.”
O único amor verdadeiro que já senti, foi para comigo mesma...
Me sinto tão frágil e tão pequena que penso: Como posso exigir dos outros, o que, para mim, também é tão difícil...
Quando eu pude amar e não consegui, quando pude fazer e não fiz,
quando pude estender a mão e a recolhi. Pobre que sou nesta humanidade infeliz!
Busquei a minha satisfação e esqueci de que outro também a queria. A minha felicidade e bem estar custou lágrimas de alguém, e eu, na minha, nem percebi, se percebi, nem me dei conta!
" As vezes me ponho a pensar com meus botões: Se pudesse retroagir no tempo, eu faria tudo diferente!
Será? Então, porque ainda hoje, me sinto tão impotente?
Tá ai!
Imagine a complexidade do mundo?
Quantas mentes, quantas ideias e ideais?
Se pararmos para pensar, somos como grãos de areia
no mar, Tão minusculo e tão diminuto, que, se, perder um, ainda haverá bilhões...
Vencer as sombras da noite...poucos fazem isso.
A escuridão embaça o olhar e nos traz com ele, medo!
Escuridão significa, pouco entendimento
Eu não sei se sei ser amiga de verdade....tenho lá minhas dúvidas....Muitas vezes eu piso na bola.... e feio!
Mania de falar o que penso....
Herta Fischer

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Audácia

Ha os que pelejam por presença, ou amor, ou paixão.
Há os que sofrem por querer, por ter, por ser.
Eu sou como uma andorinha qualquer, que voa ao
sabor da vida, e me alegro
ao saber que vai chover, E quando a terra está sedenta, faço meu ninho
entre cachoeiras.
Que sou senão aquele que passa.
Quem sou, senão aquele que veio e que vai.
Por alguns anos eu construo e fico tão chocada
com as perdas. Mesmo sabendo que não sou dona de nada.
Tenho a audácia de quem crê na vida, na sorte, na fortuna.
Mas, de que isto me vale, se  nada posso levar.
Inútil fazer planos, e la na frente, ter que encarar a morte.
E ela vem, de qualquer jeito ela vem, mesmo que eu me abstenha de
tudo, mesmo que eu fique trancado por dentro, mesmo que eu
lute incessantemente contra ela. ela chega e me leva.
Se meu futuro é aqui, então não tenho nada,
pobre que sou se só confio nesta vida.
Herta Fischer


Além mui além

Ah, se eu pudesse contar minhas dores,
mas, eu só posso falar, que elas se perderam pelo caminho.
Deixaram rastros que eu já esqueci,
Não tiveram gosto nem cheiro que eu não pudesse
esquecer.
E toda vez que meu cérebro traz alguma lembrança, em dia
de tristeza, a unica coisa que faço, é lembrar que sou feliz.
Eu já estou a caminho da bonança, tudo o que aqui construi,
é miragem, minha sede se saciará mais adiante.
Não  me interprete com tristeza, sou mulher feliz, nada aqui
é meu, nem o sorriso, nem a alegria e muito menos a dor.
Eu sou árvore frutífera, ao me acabar, ainda serei fértil o suficiente para
subsistir em outro lugar.
Estou, talvez, subindo para o último degrau, e é lá que me encontrarei de verdade,
exatamente de onde sai.
O que meus olhos hoje contemplam, o
que ainda acho algum valor, se acaba amanhã. Mas o dia, o dia tão esperado ainda não nasceu,
está a caminho, onde me aguarda de braços abertos.
A penúria que já vivi, a saber, a fraqueza desse corpo, a doença que o corrói, não
consegue apagar a essência da vida em si.
Serei apagada, nada de mim subsistirá, nem a lembrança, nem os feitos, nem mesmo
o meu amor. Tudo virará cinzas ou pó...Mas, eu, eu como um todo, alcançarei a doce presença
Daquele que me ofertou a possibilidade de ser.
Herta Fischer

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Horizonte perdido

Quisera eu, olhar novamente sobre a perspectiva dos olhos de uma criança,
para poder rever a inocência perdida.
Acho que nunca mais me verei assim, em esperança e confiança completa.
Deus, quando foi que se afastou de mim? Pois,mesmo me moendo por dentro, ainda
permite que me desmorone ainda mais?
Não suporto carregar a dor do mundo, que montado no lombo de todas as ilusões, fricciona
ainda mais as feridas  já abertas.
Assim, como a floresta que vê desaparecendo as suas árvores, e se vê impotente diante
dos homens que destroem.
E, sem misericórdia acionam suas máquinas e sem piedade derruba seus feitos, que levaram
milhares de anos para crescer.
Assim também me encontro, presa em minha cruz, como quem tem suas mãos pregadas na
impotência, sussurrando piedade em último suspiro.
Não posso mais me calar, mas, a quem dirigir esse grito?
Quem ouvira meus lamentos, se não ouves mais a minha voz?
Maldigo o dia em que pisei este chão pela primeira vez, e com olhos brilhantes, vi tudo
com bons olhos. Não me preocupei com o mundo, não quis saber de guerras, não precisava
de nada, a não ser viver o meu dia, assim como vivem as aves.
Mas, cortaram meus sonhos, assim como quem corta as asas de um pássaro. Me deixaram aqui para morrer, e sem que eu pudesse reclamar, segui cambaleando, tateando com os pés, um terreno
pedregoso.
Ninguém a vista, só o som do meu lamento me preenchendo de agonia, Lá longe os homens se matavam, estuprando uns aos outros como que gosta de estupidez.
Me senti como um gafanhoto sem asas, afiando meu nariz na terra a procura de alimento, mas, a terra estava com sede, e descartou todo o verde, e eu fiquei ali, como quem espera,.
E como quem espera vivi meus dias.
E hoje já vai se findando todo o poder que eu  preparei para o hoje. E se hoje, não tenho nada, onde entra a esperança?
Se olho e não tem mais horizonte, minha água refrescante chega aos pingos, mal toca em meus lábios e já seca.
Com quem falarei?
Quem me represará?
Antes os conselhos que não chegam, a virtude que se foi, o mel que os ursos me tomaram, a alegria que se foi com os perversos.
Onde me caibo, senão neste fosso aberto, neste descaso que assassina, neste sistema que não permite
que caminhe.
Estou me desfazendo aos poucos, como pedra úmida na encosta, pois o sol me deixou de lado, e os grandes me sufocam.
Quisera poder modelar o mundo com pastinha colorida, Quisera eu ser a estrada, ou quem abre um caminho, e por ele passa, mas todos os ensejos se vão com dores, E não ha mais lugar, nem para descanso, nem para trabalhar.
Herta Fischer.






quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Livro indecifrável

Sou eu, velha página amarelada,  escrita
num dia desses, pelo qual o tempo passou.
Pulei amarelinha com meus amigos, joguei
falas ao léu, vivi amores mentiras, de fitas
me enfeitei.
Seria eu, a verdade,-- seria eu, assim, tão bela
quanto me descrevo.
Este livro que sou eu, nem conheci direito,
leio e releio e assim mesmo
não entendo. Hoje sou maluca,
amanhã nem sei quem sou.
Do inverso o reverso, nem concavo nem
convexo.
Sou mais do que penso ser, ou sou nada em tudo,
ou  tudo, menos
o que acho que sou.
Porque sou leal, sou otimista, sou bondosa,
sou perfeita, apenas quando me convém.
Se me atrasar em alguma coisa, lá vem eu de outro modo.
já não sou mais quem eu digo ser.
Herta Fischer.





Descumpridores de promessa

Tive alguns momentos tão ruins, que fez de mim,
um ser intrigante.
Eu raramente confio no sentimento alheio, Não, por
não ter fé, mas porque quase ninguém é fiel ao sentimento
que diz sentir.
Dizer amar num dia, e logo, no outro dia, dizer: - Não era bem isso!- ou,
ainda: - Estou confuso!
Como assim?
Como o amor pode ser outra coisa senão amor?
Como alguém pode sentir amor num momento e no outro,
nem ligar para o sofrimento daquele a quem dizia amar?
Não entendo! Então, entre duas pessoas ligadas pela paixão de momento
nunca foi amor, embora amem colocar esse nome na relação?
Fazer amor...Que raio de amor é esse? Apenas um se apropriando
do corpo do outro para compartilhar do prazer. Só isso!
Enchem a boca para dar testemunho de um amor superficial. Dão-se
em casamento prometendo amor eterno, quanto muito dura até a
próxima esquina, quando um se perde do outro.
Humanos...
Apenas humanos, nada mais!
Sem a minima culpa por seus delírios,
 apenas sonham em cumprir promessas.
Herta Fischer,





Velho poema

Eu sai pela manhã, ainda o sol dormia.
Nas sombras loucas da escuridão eu
me coloquei a sumir.
Sai engajada em mim mesma, como gomo
de limão, não era mais uma só,
estava dividida em tantos. tantos
que nem mais me reconhecia.
Vaguei por entre as flores, já sem cores,
eu não ás via, sentia, portanto,
o perfume,das pétalas que ainda dormia.
Frustração e desanimo era tudo
que eu sentia,
por não puder ter em
minha vida um sentido.
Quando aqui cheguei, sem prosa,
sem versos, nem rimas, mas  tornei-me
um poema definido, nos sonhos
que me acolhia. Quase cego,
quase morto, assim mesmo eu seguia.



Pensando bem

Estou agindo como alguém de muita idade, que fica falando
sempre a mesma coisa. Mas como modificar
o que vai aqui dentro?
Como falar de alegrias num mundo tão depreciado
pela violência e descaso com o bem?
Como me sentir segura em mim mesma, se minha alma
fica agitada dentro, como um tigre passando fome?
Eu estou bem, sim, na medida do possível, mas, tão vulnerável
e tão sombrio será os meus amanhãs.
Ontem eu fiz uma visita a dois anciãos. Um estava ancorando no outro, ambos
já sem forças nos pés.
Eu vi neles alguma sombra de esperança, mas, eram apenas sombra,
pois, de antemão, os olhos anuviados  prenunciavam o fim.
E o que falar da dor de saber que deixará tudo o que conquistou e
que deu valor, ficar ali, abandonado, aos cuidados dos outros,
enquanto,
sai da vida, sem ganho, nem perdas, apenas sai.
Difícil não poder confiar num amanhã, difícil saber
que o tempo não dá trégua, e se esvai como água nas mãos.
Imagine então, para aquele que não tem nenhuma esperança em Deus?
Que confia apenas na vida aqui na terra, que não vê mais nenhuma esperança
além?
Que triste pensar que só se vive esta vida miserável, onde os homens
brigam por poder, se este poder vai até um determinado ponto,
e se acaba em nada. Que triste pensar que não passamos de erva: pela manhã nasce,
viçosa e repleta de esperança, e no final da tarde já se acha murcha, sem nenhum
resquício  de esperança em nada.
De minha parte, eu consigo ver além.
Eu sinto que, aqui, neste sistema doente, estamos estudando para o vestibular,
e que se passarmos, entraremos na faculdade de Deus..onde a vida, resplandecerá
em abundância, e as dores, os sacrifícios terá valido a pena, porque viver apenas
alguns anos, a trabalhar para sobreviver, em meio a tantas desventuras, não é viver,
é morrer um pouco em cada segundo, ainda mais se não pudermos
acreditar na promessa de ressurreição, de que a palavra de Deus tanto fala,
Então, estar nesta idade, quase se findando os nossos dias, nos da uma vontade de
ir embora logo para dormir, e acordar na promessa, Só assim, enfrentaremos os últimos
dias como se fosse o primeiro, com a sensação de vitoria, não de perda.
Herta Fischer


segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Ficando para trás

Esta noite eu sofri de insônia, Fiquei um tanto triste, pois quando perco o sono
fico irritada,
Então, os pensamentos se tornaram mais intensos que de costume.
Fiquei planeando entre o presente e o passado,
e fiquei com dó de mim.
Viver não é fácil, principalmente, quando nos tornamos mais que adultos.
Entrar na terceira idade, ou estar próximo dela, nos da uma sensação de que
falhamos  em quase em tudo.
Olhamos para o que fizemos e temos a sensação, de que, quase tudo  o que fizemos, trouxe poucos resultados.
Eu esperava um pouco mais de mim,
No entanto,  hoje, eu vejo, que não consegui atingir nem metade do que realmente esperava.
Estou a mercê do pouco tempo que me resta, e fico indignada comigo mesma pela coragem que desfalece um pouco a cada dia!
Tive tanto trabalho para executar que me esqueci de ser feliz, esqueci de me ocupar com coisas que realmente faria a vida ter um pouco mais de significado, Pouco investi em mim, e agora vejo que nem adianta mais, Mesmo que queira correr, para aproveitar ao máximo, não consigo, pois me acostumei com condições e ou rotinas, que fica difícil sair do lugar.
Falhei até com meus filhos, tenho essa sensação, de que, não fui bem o que eles queriam que eu fosse, de que não realizei muito bem o meu trabalho,, Sei lá! talvez seja paranoia minha, mas é isto que me vem a cabeça, nas vezes em que, me encontro assim, cansada e talvez, também, um pouco acovardada em relação a ter ainda que conquistar alguma coisa para preencher este vazio que fica, enquanto se olha e não mais vê com a mesma nitidez de antes.
Faço muitos planos, mas, me parece que estou plantada no mesmo lugar, cujas raízes já se acostumaram neste lugar. E agora, como arrancar, sem danificar a base?
Sabe! eu me vejo como um animal acuado, que esta doente, e já não consegue mais seguir sua manada, e tenta desesperadamente não ficar para trás, pois os outros, que ainda estão dispostos não tem mais nenhuma intenção de se atrasar, nem de ficar fazendo companhia a uma alma solitária que não poderá mais decidir sobre sua própria vida,
Então, eu sinto cansaço, de tudo, e ao mesmo tempo de nada. só uma vontade imensa de dormir e não mais acordar..sinto falta do silêncio na alma, sinto falta de paz interior.. E... o mundo...Ah, o mundo, esse não dá trégua!

Herta Fischer