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Ciranda noturna

  E as formosas tardes, roubando o encanto da manhã, A sorrir sol entre as árvores Meu recanto, colorindo a relva com giz amarelo. E a luz s...

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Justiça seja feita...

Ontem a noite, quando o silêncio
se fez notório, sentei-me sobre uma cadeira
no quintal e me pus a olhar as flores que
estavam plantadas num vaso lá fora.
Olhei para o céu, e as estrelas quase sem brilho
me olharam de soslaio. As luzes artificiais dos postes
ofuscavam seus olhares brilhosos, mas,mesmo assim,
num sorriso quase morto, me incentivavam
a refletir.
Pensei em Deus. pensei em tudo.
Em como as coisas acontecem, em como os
sonhos se desfazem, em como os acasos nos
assustam, em como, as vezes, minha fé me parece
vã.
Pensei nas crianças, em especial, pensei em uma.
Nasceu num barraco, tinha uma mãe que se drogava, um
padrasto que não a amava, e no último dia do ano, a mãe sumiu,
e o padrasto a matou porque chorava.
Colocou o seu corpinho já livre da alma, num buraco que abriu
ali mesmo em seu quintal,
Não é a historia em si que me indignou, pois
é igual a tantas outras, que são ignoradas neste mundo.
Ai, então, eu fico chocada e me vem aquela pergunta: Até quando?
Somos como qualquer outro vivente, como essas flores que planto
num vaso, que convive uma ao lado da outra sem reclamar, mesmo
quando compartilham alguns fungos, mesmo assim, ficam ali, inertes,
a espera do dia D.
Nós ainda temos voz, podemos gritar, podemos revindicar melhorias, podemos
exigir justiça..Mas, será que nos ouvem?
Ou somos como aquela criança, que, deveras, confia. Que morre sem entender
por quê?
Porque é tão demorada a justiça, será que agora compreendeu-se a venda em seus olhos,
tornando-á totalmente cega?
Onde estão aqueles que deveriam cuidar, que tão desleixadamente fazem criaturas, para largá-las
sem o menor pudor, como se fossem nada?
A algum tempo atrás, os homens tinham orgulho da honestidade, agora sentem orgulho
porque perderam a vergonha.
Fazem coisas horríveis e ainda sorriem como se fossem heróis, como se a falta da hombridade
os fizessem melhores e mais bem quistos pela sociedade.
Quando e onde nos perdemos?
Falta de vara, talvez!
Ou o mundo se mostra exatamente como é, sem Deus?
Ontem eu conversei com Ele, mas só eu falei, não obtive resposta. Mas, nem precisava, já a
tenho a algum tempo.
Deus não está mais entre nós. Ele se afastou de tal modo, que novamente,  voltamos a viver como os animais.
Cada um a seu bel prazer. fazendo de tudo para estar bem, enquanto os bons meninos morrem, os maus se proliferam como ervas daninhas em nossos quintais e ruas.
Estamos encarcerados num mundo cujo valor são os dos espertinhos.
Voltamos ao tempo do olho por olho, embora muito se fale em amor.
As ruas se tornaram palcos de guerras entre o mal e o bem, sem que haja um meio de diferenciá-lo?
Nos tornamos reféns do medo e do desespero, e  não há mais em quem confiar.
Saímos de casa para trabalhar ou para passear e não sabemos se voltamos, Tudo está fora de lugar,
até mesmo as duvidas agora são outras.
Pensei em tudo isto e cheguei a uma conclusão: de que não é Deus que se afastou de nós. É nós que nos afastamos d'Ele, quando queremos subir nossos degraus derrubando os outros que estão subindo, Até mesmo os familiares estão se distanciando, ora, por inveja, ora, por descaso e falta de amor.
Assim, estamos todos morrendo num mundo gigantesco de violência entre o descaramento e o mau-caratismo de muitos.
Diante deste triste quadro humano, muitas vezes, nos sentimos fracos até mesmo no que diz respeito a nossa fé.
Viver em meio a tanta mentira, faz com que, deixemos a nossa essência de bem um tanto abalada, a ponto de desacreditar de Deus, como já vem acontecendo com várias pessoas.
Eu ainda penso que se Deus não existisse, o mal ficaria impune...Então, prefiro acreditar que sim...
Herta Fischer  (hertinha)














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