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Ciranda noturna

  E as formosas tardes, roubando o encanto da manhã, A sorrir sol entre as árvores Meu recanto, colorindo a relva com giz amarelo. E a luz s...

sábado, 5 de dezembro de 2015

Prazer constante

Lá estava eu novamente, montada,
no lombo do dia, que como cavalo manso
me levava. Toc-toc,  cascos batendo ao chão,
um cheirinho de vitoria, um brejeiro sorriso
nos pés. Como andava esse meu sonho, como
corria essa minha mania de ser.
Havia outros personagens em meu mundo, cada
um fazendo a sua parte:
estradas, árvores, animais, aves, rios, as vezes chuva,
outras sol, céu, ar, vento, todos a me fazer companhia.
De quando em quando alguém aparecia, me perguntando:
-Oi! como vai?
E eu respondia com sorrisos e falas por dentro, porque mais
falamos por dentro do que por fora.
Para com os homens palavras são necessárias, mas para
os sonhadores, basta o pensamento.
Cada  grão de pó,  levantado com as pegadas fortes da caminhada,
vai escrevendo a nossa história,
Não é o final que conta, e sim, a trajetória da história, o dia a dia
vividos, a magistralidade do sentimento que inspira o dia
a fazer-nos e a levar-nos aos encontros.
Podemos ser o que quisermos, basta usarmos de criatividade.
Rios falam, quando nele mergulhamos, não são sons audíveis
como vozes costumeiras, são sons divinais, não ouvimos
com o sentido, são percepções sonoras. Por isso é que
o som de uma cachoeira nos fazem tão bem.
Tem algumas coisas inexplicáveis que nos acontece, por
exemplo: aqueles momentos que parecem que saímos de nós,
sejam através de um toque, ou de uma música, ou até mesmo
do silêncio completo, que nos teletransportam para uma sensação
tão perturbadora que não conseguimos explicar com palavras.
Então, já entendeu como me sentia em relação ao que vivia.
Era tudo, e ao mesmo tempo, nada.
Era eu, ciente da minha existência, mas não completamente,
tinha mais que simplesmente curiosidade.
Eu queria fazer parte com as outras coisas, não me acomodava em
qualquer posição, estava ativa e só faria sentido o conectar-se.
Só que, me deparei com os homens, e logo de cara percebi, que
o que eles mais querem é prazer.
Para mim, o prazer ficava em segundo plano. Eu precisava de
algo muito mais intenso.
E ai, você ha de me perguntar: O que seria mais intenso que o prazer?
Eu lhe respondo: o próprio prazer.
Pois o prazer do homem é só comer, dormir, acumular e fazer...sexo.
Isto quando ele consegue.
No restante do tempo é pensar em fazer as mesmas coisas,
É isto que eu não queria, pensar como a maioria.
Eu queria estar plena em mim mesma, sem necessidade de outras coisas
como complemento. Poderia sim, fazer o que todo mundo faz: comer, dormir,
acumular, fazer sexo, mas só por necessidade física, não pela importância
que a estas coisas se dá.
Tudo é passageiro, até mesmo o prazer, só tem real importância enquanto
o estamos sentindo, depois,  o que fica é uma falsa sensação de que continuamos felizes até
a próxima tentativa.
Não era o que eu queria, era algo que andava a espreita dentro de mim, como algo
que foi criado e não desenvolvido.
Nasceu comigo, essa afinidade com o que eu não entendia, com o que eu precisava
descobrir além mundo.
Já me perguntaram o por quê de tantas crianças morrerem cedo, antes mesmo de se compreenderem
como gente, já me perguntaram o por quê de tantas diferenças entre um e outro, sobre um ser belo, outro feio, sobre alguns nascerem deficientes outros perfeitos, e, eu, fiquei sem respostas.
No primeiro momento eu fiquei sem respostas, pois eu mesma não entendia o porque das coisas.
Ouvia as pessoas falando em fé, como se elas mesmas a tivessem. Eu me perguntava constantemente; Será que as crianças que perecem sem ver o sol nascer, as pessoas que adoecem cedo, as pessoas feias, as pessoas que nascem ou ficam deficientes por outros motivos são assim por falta de fé?
Eu não tenho muita fé, então porque não morri cedo, porque sou saudável, e até um tantinho bonita, não sou rica, mas nada me falta?
O que eu tenho que outra pessoa não tenha?
Então me veio a esperança da compreensão, o querer compreender o incompreensível. e isto me levou a Deus.
Conhecendo-o, acabei compreendendo o sentido da vida, a sua realidade, e o que ainda está por vir.
Quem era eu? O porque de estar aqui?
Vi então uma nova realidade bem distante dos demais, uma realidade espiritual, não mundana.
Que me instrui a respeito de tudo e que me ensina assim:
"Seja como o monte de Sião que não se abala, pois confia no Senhor."
Esta confiança, eu digo: -confiar mesmo, sem nenhuma mancha de dúvida, que tudo está exatamente
no lugar que deveria estar. Que, também, humanamente, somos natureza, nascemos e morremos como qualquer espécie.
A única diferença entre nós e o restante é o fato de termos capacidade para acreditar ou não, no
Deus verdadeiro, aquele que se nos revelou através de Cristo, ou continuar a viver as nossa dores sem esperança, acreditando em qualquer coisa, assim como Faraó acreditava em suas criações vazias.
Porque, o que me faz diferente é justamente esta fé, eu tenho um Deus vivo  e eficaz, razão deste prazer constante que não são como os prazeres passageiros do corpo, pois permanece em qualquer tempo ou situações, por estar enraizado no espírito que Deus me fez.
Este prazer constante ninguém acrescenta e nem me tira, pois já faz parte de mim.
Herta Fischer (hertinha)
















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