Sei que não devia falar dessas coisas:
de como foi difícil,
me iniciar neste mundo
como autômato sem função.
Parece que todos vem com algum dom,
e eu não vim com nenhum.
Precisei me esforçar para construir
um lugar dentro de mim, no
qual pudesse encontrar algum significado
maior do que apenas existir.
Doar-me foi intenso, porque só se doa
o que se tem, e eu não
tinha nada, a não ser o que sentia.
E o que sentia, eu mesma não
entendia. Não conhecia o amor
de que tanto falavam, só confusão.
Hora era, hora não, sempre que
pensava que sentia, logo viria
a agonia de saber que não era
bem aquilo.
Pela forma que lutava para receber,
eu também queria dar, mas sem receber,
não se tem o que oferecer.
limitei-me então a deixar as páginas
em branco, para que o destino
se encarregasse da escrita,
Foram tantos os descaminhos,
parece-me que o destino se
empenhava em me fazer desistir.
Escrevia, escrevia, mas história, que é
bom, não acontecia, só dor e sofrimento,
e cada vez mais solidão.
Portas se fechavam na minha cara,
e o medo me era tão afiado, parecia
querer me cortar ao meio.
Andei pelos trilhos abandonados, como
trem sem passageiros, lutando para
vencer o tempo.
Embora o destino quisesse me vencer,
me fez uma coisa boa, me ensinou
a ser forte, tão forte que aprendi a pular
etapas, quando a dor era insuportável, pois
não existe dor maior do que a dor do abandono,
eu aprendi a superá-la.
Amanhã! amanhã! e amanhã! sempre
pulava para o
amanhã, e dava certo! o amanhã
chegava me inspirando
a ver outro sol, e outra luz
brotava em meio peito, e novamente
estava pronta para um outro dia, uma
outra novidade, uma nova
possibilidade de encontro, mesmo
que, talvez, sofresse a perda, e daí?
faz parte!
Um dia ira chegar, que eu serei
a perda de alguém, é para isso
que vivemos, para nos fortalecer
em tudo, pois planta frágil
não consegue atingir o seu
máximo, se cambaleando
não conseguir atingir a altura
dos demais.
E eu cheguei no meu máximo:
de planta frágil, á quem conseguiu
alcançar as estrelas, para depois
chegar a lua, e quem sabe um dia,
tocar o sol.
Hertinha
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Ciranda noturna
E as formosas tardes, roubando o encanto da manhã, A sorrir sol entre as árvores Meu recanto, colorindo a relva com giz amarelo. E a luz s...
quinta-feira, 22 de outubro de 2015
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