Sinto que já não tenho mais esperança,
embora. ainda haja
esperança em mim.
O que se construiu no mundo já não
fazem assim, tanta diferença.
Ha um poço fundo entre eu e a
camaradagem, pois o
que tenho para dar
não é o que querem.
Então, comecei a falar de dores.
de desespero, de catástrofes,
de morte, de tristeza, e todos
me olharam.
Um silencio profundo invadiu o
meu ser, por não poder mais levar
alegrias. Dizem que um cachorro
também se alegra com um prato de comida.
ou quando o seu dono chega. Fora isto, é só
desesperança.
Porque se alegrar com o que se come ou se bebe,
ou quanto muito, com a alegria da presença de
alguém. É muito pouco!
Eu quero é mais, eu não quero chegar e logo ter que sair,
eu quero é ficar mais um pouco, sobre a compensação
inefável de quem faz, de quem produz, não só
para si,mas também para o outro.
Quero ser gaivota que voa, não quero a sistemática
de quem percorre curtas distâncias, e se regala
em ir e vir.
Cansei dessa lei!
Comer e beber não me satisfaz. Pode satisfazer meu
organismo, mas minha alma continua esfomeada.
Esfomeada de amor, mesmo me sentindo amada por
alguns. Não é desse amor que falo. Falo do amor humano,
do amor fraterno, quando nos olhamos com ternura, quando
nos abraçamos com os olhos.
Não sei o que aconteceu nestes tempos, o que mudou?
Éramos tão amorosos uns com os outros, tinha entrada, tinha saída,
porém, tudo se fechou tão de repente.
Como se agora nos deleitássemos com coisas,
as coisas se tornaram tão mais importante,
que ternura ficou noutro plano.
Ter ou ser, não faz nenhuma diferença, fazer
parte dos planos de Deus é que vale.
O difícil é plantar consciência boa quando
a consciência se distancia do necessário.
Herta Fischer
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Luz azul
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quinta-feira, 1 de outubro de 2015
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