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Ciranda noturna

  E as formosas tardes, roubando o encanto da manhã, A sorrir sol entre as árvores Meu recanto, colorindo a relva com giz amarelo. E a luz s...

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Compreender-se é perdoar-se

Compreender-se é perdoar-se.

Nasci em um tempo onde falar o que se pensava era
considerado afronta. Querer saber era procurar
chifre em cabeça de cavalo.
Então, o que me cabia, era descobrir por mim mesma,
através de erros e acertos.
Vivendo, experimentando, ou simplesmente
descartando a vida por puro medo.
Só era lícito fazer o que todo mundo fazia, mesmo
considerando errado o que o outro fazia.
Com tanta falta de conhecimento, era preciso fazer
 um esforço sobre-humano para diferenciar o
remédio do veneno.
Então, como consequência, plantei algumas pedras
que não deram em nada.
Poucas flores distribui, e sinceramente, fiz algumas coisas
das quais não me orgulho.
Só que, no decorrer do tempo, eu fui me alinhando
com o sol do entendimento, e me redescobri como
ser humano. Passei então a me questionar sobre
o que fazia, e sobre o que me ensinavam.
Será que, só por ser adulto, o homem só faz
o que é certo?
Por um longo tempo, eu pensava que sim, até cair na real,
e descobrir que não.
O fazer o que é certo depende de muitos fatores, que não
tem nada a ver com a quantidade de tempo vivido.
Demorei para perder o que eu tinha de mais
valor, que era a inocência. Eu não tinha nenhuma
consciência de maldade, só as vezes quando ouvia
falar de assassinato.
Achava que os adultos eram incapazes de fazer qualquer coisa
que pudesse denegrir alguém. Talvez pelo fato, de que,
meu pai e minha mãe nunca
falavam mal de ninguém, muito
pelo contrário.
Vivíamos a nossa vida paralelamente a vida dos outros,
só trabalhando e conduzindo a nossa própria lavoura.
Quando, muito raramente fazíamos alguma coisa contra
outra pessoa, mesmo sendo para defesa própria, meu pai
exigia que nos retratássemos, em se tratando de alguém
mais velho, então, nem se fale!
E qual não foi minha surpresa quando, de fato, entrei no mundo,
e descobri que até entre irmãos poderia haver inveja.
Senti isso na pele, por várias vezes, mas ainda assim,
 insistia, em que, as pessoas não faziam nada por
maldade, era só auto-defesa pela sua própria incompetência.
Porque o complexo de inferioridade pode nos arremessar
contra nós mesmos, fazendo com que isso afete as pessoas mais próximas.
Seja por qualquer motivo, se a gente não saber bem para onde vai, ou
tiver dificuldade para responder o porque de termos certas
fraquezas, ficamos focados naqueles que julgamos mais fortes,
Bom! Era de se esperar. Uma vez mais sábia, porque isto
conquistamos com vivência. fui aos poucos me tornando muito mais
observadora e como consequência, mais questionadora.
Hoje, depois de já ter passado muitas fases, olho para trás
e consigo ver, que cada ser vive para si, nem todos conseguem
crescer como se deve, mas cada um toma do seu próprio cálice.
Alguns nascem como as estrelas, precisando de luz alheia, outros
nascem como o sol, repleto dele mesmo.
Olho para trás, sempre que preciso, não para saudosismo, mas para
poder me perdoar, e diante de meus erros passados, também possa entender
um pouco melhor os meus semelhantes, para que não os condene
por coisas que  já fiz, ou que ainda venha
a fazer,  por continuar sendo um ser humano como qualquer outro.

Hertinha








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